Tempo atrás Karl Marx sinalou que os tempos de crise aceleram o processo de concentraçom e centralizaçom do capital. Esta crise, embora podamos achar matizes, evidencia a correcçom dessa análise. No próprio Estado Espanhol está-se acentuando a concentraçom e centralizaçom do capital Pescanova é mais um passo nesse processo de centralizaçom do capital. Anúncia-se que grupo Damm, em colaboraçom com distintos fundos de investimento, vai-se fazer definitivamente com o control de Pescanova. Esse grupo tem como cabeça visível a Demetrio Carceller. À maioria pouco lle dirá este nome, sem embargo estamos ante umha das famílias mais ricas do Estado. O seu avó, também Demetrio Carceller, foi ministro de indústria com Francisco Franco entre 1940 e 1945. A sua história está unida à exportaçom de wolfrâmio à Alemanha nazi ou a empresas como Campsa ou Cepsa.
"O processo de concentraçom do capital, neste caso o crescimento do grupo empresarial ligado aos Carceller, nom é unicamente explicável polo funcionamento “livre mercado”. O seu crescimento deste grupo só é compreensível se temos em conta a sua ligaçom às elites políticas madrilenhas.
Na actualidade, através da petroleira DISA, a família controla umha significativa quota do capital de SACYR. Senta também no conselho de administraçom doutras das maiores empresas de capital espanhol em distintos sectores.Demetrio Carceller conta entre os seus sócios com um potente grupo alimentar alemao, Oetker. A aliança com o capital alemao também vem de longe na família, incluindo ao próprio Deutsche Bank.
Ademais de Damm e Pescanova a família Carceller tem também um relevante peso no capital doutra das grandes da alimentaçom, Ebro Foods. Esta presume de ser a líder mundial na venda de arroz e a segunda de pasta. Na sua carteira de marcas achamos muitos dos arrozes mais conhecidos: SOS, La Cigala, Brillante, Minute,... Considerando conjuntamente as três empresas estariamos falando do principal grupo da indústria alimentar no Estado Espanhol. O volume de vendas destas três empresas em 2011 superou os 4.300 milhons de euros, muito por riba da cifra de negócios de Coca Cola ou Nestlé.
Mais umha vez o processo de concentraçom do capital, neste caso o crescimento do grupo empresarial ligado aos Carceller, nom é unicamente explicável polo funcionamento “livre mercado”. O seu crescimento deste grupo só é compreensível se temos em conta a sua ligaçom às elites políticas madrilenhas.
Esta centralizaçom do capital também se deixa notar em termos territoriais, na indústria alimentar igual que no sector financeiro. Galiza ve como mais umha das suas maiores empresas passa a maos foráneas. Alguns pensarám que a propriedade do capital pouco importa, talvez por isso nunca entendam a razom pola que Galiza leva décadas produzindo emigrantes e Madrid recebendo-os. Talvez por isso nunca entendam que na economia há um centro e umha periferia ou talvez si o entendam mas preferem servir ao centro.
