Opinión

Emprego, demografia e língua

Quando nos incorporamos à daquela denominada Comunidade Económica Europeia Galiza representava 9'5% do emprego total no Estado Espanhol. 

Quando nos incorporamos à daquela denominada Comunidade Económica Europeia Galiza representava 9'5% do emprego total no Estado Espanhol. Mais dum milhom de ocupadas/os contabilizou o Inquérito de Populaçom Activa no primeiro trimestre de 1986. Naquela altura Madrid representava mais três pontos, 12'9%, do emprego total do Estado, 1'4 milhons de ocupadas/os. 

"A evoluçom nas duas décadas seguintes foi muito díspar, enquanto Galiza perdia peso no conjunto estatal Madrid ganhava-o a marchas forçadas"

A evoluçom nas duas décadas seguintes foi muito díspar, enquanto Galiza perdia peso no conjunto estatal Madrid ganhava-o a marchas forçadas. Antes do estalido da crise, Galiza nom alcançava 6% enquanto Madrid superava 15% do emprego total. Nesse primeiro trimestre de 2007 a ocupaçom em Madrid quase triplicava a galega.

Umha evoluçom do emprego que tem muito a ver com a nossa dinâmica demográfica e  com a contínua marcha de gente nova do nosso país. Entre 1992 e 2007, antes pois do estalido da crise, marchárom do nosso país cara outras partes do Estado Espanhol mais de 166 mil menores de 35 anos. Para fazer-nos umha ideia da magnitude dessa cifra pensemos que na província de Lugo só há na actualidade 100 mil pessoas com menos de 35 anos. 

Umha sangria humana na procura de emprego e de melhores condiçons de vida. Umha sangria que como país nom podemos permitir-nos se queremos frenar o envelhecimento. Nom só pola perda directa de moças e moços senom porque em muitos casos se trata de pessoas em idade de ter filhas/os e que se as condiçons sócio-económicas lhe-lo permitir os teriam. Quanto razom tinha a demógrafa Dolores Puga quando numhas jornadas celebradas recentemente afirmava que para combater o envelhecimento havia que pôr fim à emigraçom de gente nova na vez de pretender obrigar às mulheres a parir mais!

<"Embora desde o poder se pretenda fazer ver que a perda de falantes nom tem a ver com circunstancias sócio-económicas, em realidade estám intimamente relacionadas. A marginaçom económica, a emigraçom e o abandono da línguas som faces dum mesmo prisma poliédrico, o da nossa dependência".

Embora os meios de comunicaçom se ocupem agora da emigraçom juvenil, no caso galego esta sangria nom começou com a crise senom que vem de atrás. Umha sangria demográfica acompanhada doutra sangria, a do número de falantes da língua galega. Embora desde o poder se pretenda fazer ver que a perda de falantes nom tem a ver com circunstancias sócio-económicas, em realidade estám intimamente relacionadas. A marginaçom económica, a emigraçom e o abandono da línguas som faces dum mesmo prisma poliédrico, o da nossa dependência.

Essa realidade política e económica que levou a que o emprego em Madrid quase  triplicasse ao galego ou a que os moços abandonem o país é a mesma que explica a marginaçom da língua frente ao castelhano. A língua do poder, a língua dos meios de comunicaçom, a língua empresarial, a língua de metrópole,... em definitiva  a que nos fam crer que a língua para aspirar a melhores condiçons de vida para nós ou para as/os nossas/os filhas/os. No fim de conta siempre la lengua es compañera del imperio como bem expressou Nebrija no século XV, precisamente quando começava a fraguar a marginaçom do nosso país frente ao poder central.

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