Opinión

Tomar partido

O cliché reaccionário di que o galego –e a galega, supomos- é dubidativo: nem sube nem baixa. Se calhar, para fazer frente a esse lugar comum reducionista e injusto, algumas passamos a vida a tomar decissons transcendentais.

O cliché reaccionário di que o galego –e a galega, supomos- é dubidativo: nem sube nem baixa. Se calhar, para fazer frente a esse lugar comum reducionista e injusto, algumas passamos a vida a tomar decissons transcendentais. Desde que na adolescência a hegemonia nos presiona para abandonar a nossa língua materna e arriscamos amizades e favores mantendo-nos firmes perante a pressom diglósica, algum mecanismo é desencadeado na nossa identidade, que nos fai rebeldes perpétuas. Cada dia está inzado de decissons no ámbito persoal que som políticas. Opto, hoje, por escrever este artigo na norma mais coerente com o que penso, apesar de que isto pode gerar-me problemas no meu já negro futuro professional ou desencadear as críticas de seitores que nom compartem a minha posiçom. Nem os nossos camaradas e amigos, companheiras e namorados se livram da lente crítica que aplicamos a todo, a começar por nós mesmas. É duro vogar contracorrente e iso ás vezes converte-nos em seres ariscos. O dia a dia é uma briga com nós mesmas, com a nossa coeréncia que nunca é completa.

Nos últimos tempos, muitas galegas vimo-nos obrigadas a optar entre duas estratégias políticas dentro do espectro nacionalista de esquerdas. Eu senti-me (sinto-me ainda) como a criança que tem que responder á pergunta absurda: “A quem queres mais: ao Papá ou á Mamá?”. Sei que quando a convivéncia é imposível, a separaçom é a milhor opçom, também para a criança. E que as duas partes devem aprender a medrar por separado e se calhar algum dia poderám juntar-se de novo e mesmo partilhar projetos. A criança ve-se confrontada a essa cruel escolha e, ainda que quer aos dous por igual, opta por ficar com o progenitor com o que pensa que tem mais opçons de ter uma convivéncia menos traumática. Escolhe e nom por iso quer menos ao outro, mas este, em muitos casos, sinte-se rejeitado e reage com despeito.

Que ninguém tome a analogia ao pé da letra. O seu objeto é, justamente, o de desvendar o paternalismo com o que as estruturas partidárias tratam com frequéncia ás suas potenciais eleitoras. Onde a maturez semelha escasear é precisamente nas forças partidárias, sumidas em disputas que ningum bem fam pelo país e o povo pelos que pretendem luitar. Entanto isto ocorra, as cidadás (hiper)críticas seguiremos refugiando-nos nos movimentos sociais e no trabalho de base, que ainda som quem de ilusionar-nos. E fazendo de cada dia uma batalha para fazer do pessoal político, e nom ao revés.

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