Opinión

Culturas florestais energéticas nas terras agrícolas

Padece o nosso país umha alarmante falta de terras cultivadas. Unicamente entre umha quarta parte e um terço, segundo as fontes, é superfície agrícola utilizada; percentagem que na imensa maioria de países do nosso entorno se situa por riba de 50%.

Padece o nosso país umha alarmante falta de terras cultivadas. Unicamente entre umha quarta parte e um terço, segundo as fontes, é superfície agrícola utilizada; percentagem que na imensa maioria de países do nosso entorno se situa por riba de 50%. Nom se trata da falta de terras aptas para as culturas, nom é a qualidade dos nossos solos o problema, senom o progressivo abandono dumha parte importante da nossa superfície que se produziu nas últimas décadas. A falta de ordenaçom do território e as próprias políticas de florestaçom de terras agrícolas favorecérom esse processo. Lembremos que até a chegada do nacionalismo à Conselharia do Medio Rural em 2005 essa florestaçom foi umha das linhas prioritárias do governo galego.

Esse abandono pagamo-lo colectivamente com um elevado custo de oportunidade em termos de emprego e de valor que se poderia gerar no nosso país. Também com um custo explícito, a nossa elevada dependência dos mercados exteriores para o abastecimento agroalimentar com o crescente peso das importaçons. A alta dos preços das commodities agrícolas nos mercados internacionais está disparando a factura das importaçons. Só o milho importado ascendeu em 2011 a perto de 160 milhons de euros –mais de 26 mil milhons das antigas pesetas- quase seis vezes o valor que tinham em 2006 estas importaçons.

Um abandono que também pagam individualmente as exploraçons lácteas galegas. Obrigadas no seu momento a intensificar a produçom ante a falta de terra e que agora vem como o seu futuro é posto em causa pola alta dos preços dos alimentos para as vacas.

A partir de 2009 o PP retomou a política de tolerância com o abandono das terras agrícolas. Nom aplicando a Lei 7/2007 para a conservaçom da superfície agrária útil da Galiza ou paralisando a poste em marcha do Banco de Terras. Agora transcende à opiniom pública que o PP dá mais um passo nesse caminho, decide apoiar a expansom das culturas energéticas florestais no nosso país. Antes reformara a lei do Banco de Terras para permitir que as suas terras pudessem acabar sendo objecto de usos florestais. Umha reforma cujas intençons antes intuíamos e que agora percebemos por claramente.

Nom podemos obviar que nos últimos anos se intensificaram as demandas públicas de importantes grupos empresariais neste sentido, a sua cobiça de terras era cada vez mais evidente. Nom só de terras florestais senom também de terras agrícolas como declarárom publicamente. O PP decide, mais umha vez, actuar nom em funçom dos interesses do país nem em funçom dos interesses das gadeiras e dos gadeiros mas em benefício de determinados grupos empresariais cujas públicas demandas nesse sentido nos últimos anos evidenciava. De cumprir-se estes planos sem dúvida algumha os lucros destes grupos empresariais aumentarám, nom só pola produçom mas polo cobro de ajudas públicas. Sem embargo colectivamente, as galegos e os galegos seremos mais pobres, acentuara-se a nossa dependência agroalimentar, porá-se em causa a viabilidade das exploraçons gadeiras, e também a própria saúde dos montes para favorecer a uns poucos.



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