Opinión

"A televisom é a metade da condena. Fai-te com unha"

"A televisom é a metade da condena. Fai-te com umha". Fôrom as últimas palavras do Chefe de Serviço da prisom de Soto del Real depois de deitar-me na cela de isolamento. Afortunadamente levava umha rádio de mam quando, andando polo monte, se me botárom enriba maís de dez encarapuzados que durante máis de dúas horas se adicarom a denigrar-me, golpear-me e torturar-me psicologicamente.

"A televisom é a metade da condena. Fai-te com umha". Fôrom as últimas palavras do Chefe de Serviço da prisom de Soto del Real depois de deitar-me na cela de isolamento. Afortunadamente levava umha rádio de mam quando, andando polo monte, se me botárom enriba maís de dez encarapuzados que durante máis de dúas horas se adicarom a denigrar-me, golpear-me e torturar-me psicologicamente.

Umha folha em branco e calor humano dos outros presos é o que che fam seguir adiante quando chegas aqui, depois duns dias nas mans da polícia, incomunicado, onde nom tes absolutamente nada e como muito podes escrever algo se as paredes som amarelas com o arámio da 'chupa'.

"Aqui o tempo é infinito, quase um inimigo; nom há présa porque tampouco che deixam ir a nengures"

As primeiras saídas no patio caminhas dum lado a outro conversando com outra pessoa com a súa história própia. Histórias e palavras que som umha boa achega para a supervivência.

Emtom das-te conta do contraste: aqui o tempo é infinito, quase um inimigo; nom há présa porque tampouco che deixam ir a nengures, claro. 21 horas na cela e enfrente un muro. Na rua é ao contrário: o tempo é ouro, sempre há que mover-se, ir a algures, mas muitas veces com presa, sem sentido.

O trabalho, o tráfego, a discoteca, o 'feisbuk', as obrigas, 'ser alguém', o INEM, os videojogos, o espectáculo, mudanças, o google no que todo aparece... Aqui nom temos nada, aparte do sustento maís básico, como os porcos no cortelho. Mas temos aínda a nossa mente. Por isso nos ofrecem pastilhas ou nos recomendam mercar umha televisom. "A melhor arma do opressor é a mente do oprimido".

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