Opinión

Quanto vale um idioma?

No decurso destes últimos colóquios da lusofonia elaborou-se um manifesto oficial intitulado “MANIFESTO CONTRA A CRISE: A LÍNGUA COMO MOTOR ECONÔMICO” Deste parece-me importante destacar os últimos parágrafos, por acercar-se o dia das Letras Galegas e estar este nosso idioma mergulhado numa profunda crise , a diminuir o seu nº de falantes, e de utentes em geral.

No decurso destes últimos colóquios da lusofonia elaborou-se um manifesto oficial intitulado “MANIFESTO CONTRA A CRISE: A LÍNGUA COMO MOTOR ECONÔMICO”

Deste parece-me importante destacar os últimos parágrafos, por acercar-se o dia das Letras Galegas e estar este nosso idioma mergulhado numa profunda crise , a diminuir o seu nº de falantes, e de utentes em geral.

A ser abandonado pelos poderes públicos galegos que fazem uma farsa da utilização e defesa do idioma mais velho da Península Ibérica ( o galego) a ser escrito e utilizado como língua de cultura.

Nestes tempos de cortes por toda parte o recentemente dirigido á educação valoro-o como o mais grave porque vai comprometer o nosso desenvolvimento para um futuro indefinido.

Depreciar um dos valores mais importantes da nossa cultura, o nosso idioma, é como demolir a catedral de Santiago. Permanecer impassíveis perante o desprezo á nossa língua é igual a contemplar a destruição dos nossos monumentos mais senlheiros e não dizer nada.

Assim parece a atitude da cidadania faze o abandono desta língua em que escreveram vultos tão ilustres como Rosália de Castro considerada a melhor escritora romântica da Europa ou de tantos atuais, muitos/as deles desconhecidas/os por falta duma política franca de apoio á cultura galega. Embora tenham, alcançado altas cotas de excelência literária.

No documento a seguir, poderíamos por língua galega onde põe portuguesa. Como já dissera Castelão: «O galego é um idioma extenso e útil, porque -com pequenas variantes- fala-se no Brasil, em Portugal e nas colônias portuguesas.»

Excerto do manifesto citado supra:

Quanto vale um idioma? Se a língua portuguesa estivesse numa prateleira de supermercado, estaria num nicho de luxo ou esquecida em um canto, para promoção de minimercado? Estamos acostumados a medir o valor econômico dos objetos a que um idioma dá nome, e não do idioma em si. Um recente estudo solicitado pelo Instituto Camões ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Portugal, encarou o desafio de medir essa grandeza, e revela que 17% do PIB do país equivale a atividades ligadas direta ou indiretamente à língua portuguesa.

-É um percentual interessante e até conveniente, por ter ficado ligeiramente acima do que se apurou na Espanha relativamente ao espanhol (15%) - analisa Carlos Reis, da Universidade de Coimbra, professor visitante da PUC-RS e um dos fundadores da Universidade Aberta em Portugal, da qual foi reitor até julho passado. O índice leva em conta a importância relativa da comunicação e da compreensão em campos de atividades econômicas. Privilegia, assim, relações econômicas que exigem uma dada língua. E descarta atividades que podem ser executadas por trabalhador de outra nacionalidade ou competência linguística. Por essa lógica, ramos como ensino, cultura e telecomunicações seriam celeiros automáticos de atividades em que a língua é fulcral. Além das "indústrias da língua", há as ligadas a fornecedores de produtos em português, como a administração pública, e as que têm forte conteúdo de língua, como o sector de serviços, ou a que induz maior conteúdo de língua para a

economia como um todo, da indústria de papel à de eletrodomésticos. Por último, o peso de processos em que o conteúdo de uma língua tem predomínio menor ou só relativo, ainda assim enquanto fazem brotar impérios no próprio circuito de trocas de um idioma.

No Brasil, é o que ocorreria, por exemplo, à extração de petróleo e de minérios, ou ao agronegócio. Apesar de o estudo não visar o Brasil, a pesquisa indica que o fenômeno se repete em coeficientes aplicáveis aos países lusófonos. Línguas com muitos utilizadores fornecem mercado maior para bens culturais. O crescimento sustentado da última década fez o gigante da língua portuguesa saltar aos olhos globais. O Brasil virou protagonista das relações comerciais mantidas entre países lusófonos, mercado que movimenta um Produto Interno Bruto que passou de US$ 1,9 mil milhões em 2009 para US$ 2,3 mil milhões em 2010, diz o Banco Mundial. Já o PIB dos imigrantes de língua portuguesa em outros países gira em US$ 107 mil milhões (2009).

A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade do país. Isto está demonstrado por países como o Egito, que têm mais de 5.000 anos, e são pobres. Por outro lado, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, que há 200 anos eram inexpressivos, hoje são países desenvolvidos e ricos. A diferença entre países pobres e ricos também não reside nos recursos naturais disponíveis. O Japão, possui um território limitado, 80% montanhoso, inadequado para a agricultura e para a criação de gado, mas é a segunda economia mundial. O Japão é uma imensa fábrica flutuante, que importa matéria-prima do mundo inteiro e exporta produtos manufaturados. Outro exemplo é a Suíça, que não planta cacau, mas tem o melhor chocolate do mundo. No seu pequeno território, cria animais, e cultiva o solo apenas durante quatro meses ao ano. No entanto, fabrica laticínios da melhor qualidade. É um país pequeno que passa uma imagem de segurança, ordem e trabalho, pelo que se transformou no cofre-forte do mundo. No relacionamento entre gestores dos países ricos e os seus homólogos dos países pobres, fica demonstrado que não há qualquer diferença intelectual.

A raça, ou a cor da pele, também não são importantes: os imigrantes rotulados como preguiçosos nos seus países de origem, são a força produtiva dos países europeus ricos. Onde está então a diferença? Está no nível de consciência do povo, no seu espírito. A evolução da consciência deve constituir o objetivo primordial do Estado, em todos os níveis do poder. Os bens e os serviços, são apenas meios…

A educação (para a vida) e a cultura ao longo dos anos, deve plasmar consciências coletivas, estruturadas nos valores eternos da sociedade: moralidade, espiritualidade, e ética. Solução-síntese: transformar a consciência do Português. O processo deve começar na comunidade onde vive e convive o cidadão. A comunidade, quando está politicamente organizada em Associação de Moradores, Clube de Mães, Clube de Idosos, etc., torna-se um micro estado. As transformações desejadas pela Nação para Portugal, serão efetuadas nesses microestados, que são os átomos do organismo nacional – confirma a Física Quântica. Ao analisarmos a conduta das pessoas nos países ricos e desenvolvidos, constatamos que a grande maioria segue o paradigma quântico, isto é, a prevalência do espírito sobre a matéria, ao adotarem os seguintes princípios de vida:

1. A ética, como base;

2. A integridade;

3. A responsabilidade

4. O respeito às leis e aos regulamentos;

5. O respeito pelos direitos dos outros cidadãos;

6. O amor ao trabalho;

7. O esforço pela poupança e pelo investimento;

8. O desejo de superação;

9. A pontualidade;

Somos como somos, porque vemos os erros e só encolhemos os ombros e dizemos: “não interessa!...”

A preocupação de todos, deve ser com a sociedade, que é a causa, e não com a classe política, que é o triste efeito. Só assim conseguiremosmudar o Portugal de hoje. Vamos agir! Reflitamos sobre o que disse Martin Luther King: " O que é mais preocupante, não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, ou dos sem ética. O que é mais preocupante, é o silêncio dos que são bons…"

Para ver o manifesto completo:

http://www.lusofonias.eu/images/pdf/manifesto2012aicl.pdf

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