Opinión

Nossas sagradas montanhas. Galiza território de sacrifício

Com a ameaça das eólicas à conquista dos nossos cumes, não fica senão uma chamada global á revolta. O grande capital tem estabelecido regiões para depredar chamadas zonas de sacrifício e outras para que o capital medre na especulação, quer bursatil quer em negócios que inevitavelmente estão associados a corrupção. Neste momento Galiza é a segunda produtora de energia eólica, só por detrás de Castela-Leão com 16204 e 19086 GW/hora respetivamente e Madrid , a grande consumidora, apenas produz 424 GW/hora. Sabemos também que as grandes companhias gaban-se nos meios de comunicação com o  anuncio dos seus próximos investimentos segundo os que Galiza terá o máximo de Espanha com 8.500MW. Solicitada e com permissão.

Os parques eólicos instalan-se nos cumes das montanhas onde têm mais aproveito do vento onde, segundo  o Presidente da Associação Eolica de Galicia, “alí nom hai nada”. Nom hai nada pior que a incultura. Nas nossas sagradas montanhas existe um património arqueológico imenso ( mámoas, petróglifos, covas), flora e fauna específica que encontrou ali seu acubilho. Muitas destas espécies são endémicas. Nas montanhas estão as nascentes das águas dos nossos rios que se vem transtornadas polos aterros violentos que fazem as ciclópeas máquinas da instalação do parque. O Ciclo da Água está diretamente ligado á saúde das montanhas, pois nelas acumulam-se os excedentes de inverno para serem ceivados pouco e pouco no verão evitando assim as enxurradas. As aspas das ventoinhas funcionam para as aves como grandes trituradoras transformando esses parques em Campos de Extermínio da fauna silvestre. Esta invasão, de consequências semelhantes a que deveu fazer Atila , é intolerável. Um conceito básico em Ecologia é o das Escalas. Os ecossistemas podem funcionar sempre que a energia e a matéria circulem sem terem atrancos. Mas quando um dos elos sofre gigantismo, rompe-se o equilíbrio. Destrui-se a homeostasse e o ecossistema desarranja-se.  O cúmulo de tantos parques em tão reduzido espaço e tempo provocar irá um fenómeno de sinergia negativa, em que a soma de um mais um é mais do que dous Aparece o efeito multiplicador da destruição. Quebrando os importantes serviços eco-sistémicos das montanhas. Que nom entram nos cálculos económicos dos custos mas que deveriam serem considerados como externalidades contabilizáveis. As montanhas regulam o clima cortando os ventos e produzindo a condensação de água que origina as chuvas ( o efecto Föhn). Sem elas o vento nom teria parada e seria muito difícil viver . Para chantar os moinhos,  precisam-se vias de aceso que medem seis metros de largura mais 5 metros de cada lado de exclusão,para poder subir os mastros de 200 meros de altura e as aspas proporcionais. Os buracos em que chantam cada ventoinha devem ter profundidade e diâmetro enormes. Também têm de se tender linhas de evacuação que já estão a cruzar todo o nosso país ( algumas mais de 60 concelhos) e que precisam que nom haja arvoredo baixo dela. Neste momento TODAS AS SERRAS da Galiza estão comprometidas para serem ocupadas por parques eólicos. Inclusivamente a Ribeira Sacra. Em Galiza há já mais de 180 parques eólicos no ano 2019. Quantos mais podemos suportar?

Nom haverá risco de incidir no clima com este tremendo desarranjo ambiental. Nom será acelerado o cambio climático pola destruição dos neveiros e dos cúmulos de gelo nas aspas?. Sabe a gente que este gelo em pedaços é lançado como projectis a muita velocidade como se for saraiva artificial? Que acontecerá com este fenómeno se o multiplicamos polo numero de parques que se querem instalar? Todos os grupos ecologistas são chamados a uma unidade de ação de protesta contra esta grave agressão ambiental Unidos seremos mais .Eu creio que outro modelo energético é possível. Aquele que atenda aos pequenos núcleos, na procura da sua auto-suficiência. Aquele que sega as normas da Soberania Energética. Aquele que vaia acompanhado da vontade da vizinhança para gestionar seus recursos. Também, existe em Galiza 47.000.000 de metros quadrados em 110 polígonos industriais. Porque nom se promove a instalação de ventoinhas proporcionadas nos parques industriais favorecendo seu auto-consumo? Nom queremos que haja zonas de sacrifício. Deve-se de impor a solidariedade territorial e o reparto das cargas ambientais com equidade.

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