Opinión

Mobilidade e crise ambiental

Os seres humanos chegamos a toda parte, como mancha de azeite, como croio rolante. O transporte incentivou o comercio que fez melhorar a vida da gente favorecendo a economia. A Terra ficou cruzada de vias de comunicação e as cidades progrediram como mercados e centros de distribuição de mercadorias. Este movimento não chegou a afetar os grandes sistemas terrestres até a chegada da revolução industrial. Esta deitou para a atmosfera muito do CO2 que as plantas verdes e os recifes coralinos lhe tinham retirado em tempos geológicos passados sob a forma de carvão e de petróleo. Aquece-mo-nos e movimenta-mo-nos com o sol da era primária atrapado na fotossíntese das imensas florestas que cobriam a terra ou as vasas da maré. A revolução industrial criou o capitalismo, hoje transformado em monstro devorador de todos os recursos e destruidor do equilíbrio da Terra feito no decurso dos milénios. Um dos elementos que mais modificam a composição atmosférica é o transporte tal como é feito na atualidade. A aviação contribui com 14,2% das emissões de gazes de efeito estufa (GEE). O transporte por estrada (caminhões e autos privados) é responsável pelo 73,1% de gazes contaminantes, o marítimo pelo 13,6% o caminho de ferro pelo 0,5%. Isto, mais as 31.000 mortes por contaminação no ano 2019 em Espanha devera marcar a nossa eleição pelo que diz a respeito de mobilidade e ambiente. Mas, infelizmente, nada há que faça prever, no governo galego e no espanhol, que vaia primar este tipo de transporte. Mais bem ao contrario. O governo está anunciando ajudas para compra e fabricação de automóveis ainda quando estes são responsáveis pelo 44,3% das emissões do transporte por estrada.

O Plano Moves do Ministério da Transição Ecológica para 2019 previa fortes ajudas para a compra de autos elétricos. Está inclusa neste Plano a reciclagem dos materiais dos velhos carros? Europa tem assinado um Pacto Verde Europeu em que se compromete a desenvolver sistemas de transporte público mais limpo e barato e declarou o ano 2021 como “Ano do Caminho de Ferro”. Agora estamos mergulhadas na loucura da pandemia da Covid-19. Não devemos esquecer as lições que esta nos dá. O primeiro, que devemos corrigir a dependência provocada pola mundialização e o incremento exorbitado dos transportes a nível planetário, que foram transcendentais na propagação do vírus. Que caro nos saiu tanta viagem! Quando falamos de mudança de paradigma referi-mo-nos a evitar custos desnecessários, ambientais e sociais, dos bens que precisamos. O segundo, a produção deve-se situar perto do consumo, sendo isto válido para qualquer género (eletricidade, alimentos, maquinaria, educação, sanidade). O Transporte não somente tem de ser verde, mas deve ser reduzido ao mínimo indispensável, primando o público sobre o particular. Isto afeta a todo o sistema social humano. Em que o urbanismo não é de somenos importância. Evitemos desde já urbanizações satélites das cidades que irão provocar dependência do carro privado, e incrementar as emissões de GEE. Facilitemos a vida nos pequenos núcleos de população favorecendo a sua autossuficiência onde as pessoas posam se deslocarem a pé. Temos que recuperar o rural com toda a sua riqueza e capacidade de autossuficiência. Por que não há ajudas a pequenos empreendimentos agrícolas equivalentes ás da auto-moção? É mais importante um carro que a comida? Na Galiza temos que reclamar as competências em matéria de Caminho de Ferro que está contemplado em nosso Estatuto de Autonomia e deixar num plano secundário obras como o AVE, ou as autoestradas de grande impacto ambiental. Pelo que diz a respeito

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