Opinión

De tudo haverá que falar

Em tempos de conturbação como os que nos afligem parece até frívolo falar de temas que não tenham relação com a pandemia e todas as suas consequências, os problemas e os meios que deveriam empregar-se para superar tanto o contagio e a enfermidade como a sua propagação, a recuperação económica e o emprego, os ERTE, a renda mínima vital, etc., e também tempo com as eleições onde a Galiza joga seu futuro mais imediato e merece todo esforço para que consiga ser governada por ela mesma; mas também é certo que dentro deste estado de dúvidas e desconfiança dá-se outra mão-cheia de notícias de notória importância relegada a páginas interiores dos jornais, desvirtuadas nas sessões do Congresso ou simplesmente ignoradas e que correm o perigo de perpetuar a opacidade que vem sendo norma tanto da política como dos meios de difusão.

E todo porque em política responde à realidade o asserto do ditador de que deixava todo atado e bem atado. Pensamos que o franquismo se diluía porque havia eleições que aparentavam democráticas e livres, mas o certo é que os meios de pressão, os centros de poder, as pessoas ou famílias que manejam a economia do país seguem a ser franquistas e adoutrinam uma cidadania todavia temerosa, desinformada politicamente, uma população que em grande percentagem se move no limite da pobreza, uma classe obreira desmotivada e entregada e uma classe media que luta por sobreviver para não cair entre a tropa dos mais desfavorecidos. Essa classe dominante oculta-nos a sua depreciável e imoral atividade económica e jeito de vida, com apoio que se prestam entre eles e com a imprescindível colaboração dos meios de comunicação igualmente inseridos no território dos poderes fáticos.

Por isso a cidadania temos direito a conhecer os acontecimentos que influem ou influírem nas nossas vidas ou incluso na toma de decisões, e não podemos deixar passar as notícias que ponham os políticos ou poderes económicos no seu lugar ou nos indiquem a catadura daqueles que nos governam e que nos pedem nosso voto dissimulando sua real catadura.

Quando temos o Sr. Felipe González pontificando na TV, dando conselhos de política e moralidade ao governo, pareceria lógico que igualmente e com a mesma publicidade se divulgasse a notícia da existéncia de provas que o relacionam diretamente com a criação dos GAL, despejando assim a celebre X, e se investiga-se no Congresso sua responsabilidade na guerra suja do Governo contra ETA, pola que foram condenados seus segundos, investigação avalada polos letrados do Congresso e rejeitada polo voto do PSOE que o somou aos de PP e VOX; de ambas as direitas sabemos o que podemos aguardar, também o comprovamos uma vez mais dessa esquerda descolorida que com total impudéncia reprocha a ERC que poda votar em contra do Decreto que regulará a nova normalidade “alineando-se com VOX”.

O PNV solicitou a Reforma da Lei de Secretos oficiais para que se podam conhecer feitos e pessoas relacionados com atividades governamentais. Pensamos que trifachito e o instável PSOE hão-se opor.

Com o TS, metido de novo a política, muito próximo de ser quem convoque eleições em Catalunya se não aceita a solicitude do presidente e vice-presidente do Govern. A Lei, como dizia Castelao, muito pesa e como fede.

E com o grande escândalo de uma monarquia corrupta, com um rei que circulava por Europa com um maletim cheio de bilhetes para evadir dinheiro depois de haver atuado como um vulgar comissionista, furtando a seus súbditos capital que tanto necessitavam e que ele invertia em pagar a suas amantes; com o outro rei que se mantive agachado no Palacio da Zarzuela durante o tempo de confinamento e agora já sai de excursão familiar ou preside reuniões ás que nada deve achegar e que mantive igualmente agachado o importe de 500.000 euros e o nome do mecenas principal do seu viagem de noivos. De nada se quer ocupar o Congresso porque PSOE, PP e VOX impedem com seus votos, a investigação dos feitos.

Inteiramo-nos, pola imprensa estrangeira, porque aqui se concedem recíproca impunidade e se oculta à cidadania. Disso falaremos pois não se pode deixar passar nem mantê-lo no esquecimento.

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