Opinión

Sem castigo

[Nemésio Barxa] 

N  este período trágico de dor e de vidas rotas por falecimentos ou por motivos económicos, sentes ante uma em particular que o talante compassivo e sofrimento que te envolve passa a um estado de controvérsia no próprio desejo. A morte de qualquer pessoa, inda que é a meta que se nos propõe desde o nascimento, sempre é triste, incluso se fica dentro do período normal de vida, mas as alimanhas não deveriam ocasionar nengum tipo de lástima ou pena, mais bem satisfação por liberar a humanidade de tal espécime. Ontem morreu um desalmado, um torturador, uma fera que caminhava sobre duas patas, alguém conhecido em todo o território do Estado como arquétipo da crueldade, que desfrutava torturando e que por esta vil atividade foi premiado com medalhas e benefícios económicos polos governos do franquismo e polos da democracia, sem que quarenta anos de democracia e de governos de esquerdas e direitas tiveram a decisão de retirar-lhe os imerecidos privilégios. Hoje por primeira vez lamento não ser crente, que me consolasse a convicção de que o morto teria que passar outro Tribunal no que indubitavelmente seria condenado.

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