Opinión

Palavras

[Nemésio Barxa]

Há um ano iniciava colaborações neste jornal com uma pequena série de três artigos que intitulava “Palavras”, referido o primeiro a escolha como palavra espanhola do ano a de “emoticos”, que eu criticava duramente pois era a não palavra, só a representação gráfica que substituía ou ré emprazava a palavra e comparada com a também palavra galega do ano, que era “sentidinho” evidenciava e definia a diversa idiossincrasia do espanhol e do galego e a premonição para o jeito de defrontar o ano que recém-remata.

A palavra escolhida pola FundeuRAE, com mais emotividade que imaginação, para este ano foi a de “confinamento” que reflecte a perturbação sofrida pola cidadania na sua liberdade perante o coronavírus. No entanto a palavra galega escolhida foi Nós, de novo mostrando rasgo diferenciadores de identidade. Nós é a palavra mais solidaria e identitária, que além de seu próprio significado teve sempre o de referir-se à pluralidade dos galegos como povo. Gostaria que a eleição desta palavra indicasse avanço na ideia de uma reconstrução nacional de Galiza, de que Nós somos suficientes para resolver nossos problemas, discutir nossos direitos com o resto dos países europeus e gerir nossa vida em comum sem ingerências alheias. Que realmente Nós sejamos nós.

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