A principal central convocante da greve é o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas. O seu presidente resume assim as reivindicações do seu coletivo: "Queremos os 900 euros de salário base já em Janeiro, queremos o fim da cláusula 61 [uma espécie de isenção de horário de trabalho, que remunera duas horas extraordinárias por dia, independentemente do número de horas que os motoristas trabalhem] e que nos paguem as horas extraordinárias que estes motoristas fazem”.
Em teoria, o Governo António Costa, que classificou o conflito como crise energética com efeitos até o próximo 21 de agosto, tem uma posição equidistante entre a patronal Antram e motoristas e insta as duas partes a negociarem, mas na prática grevistas vêm o governo alinhado com os interesses do empresariado ao ter colocado uns serviços mínimos que julgam abusivos.
Grevistas vêm o governo alinhado com os interesses do empresariado ao ter colocado uns serviços mínimos que julgam abusivos.
De facto, num primeiro momento desde o SNMMP advertiu-se ao governo que não se iriam respeitar esses serviços. A resposta de Costa foi contundente, com a ameaça de decretar uma requisação civil, procedimento previsto na legislação portuguesa que prevê que em situações de emergência se possa obrigar as e os trabalhadores em greve a irem trabalhar. "A violação da requisição civil constitui um crime de desobediência”, avisou o líder do governante Partido Socialista este sábado. Postas assim as coisas, o SNMMP recuou e aceitou os serviços mínimos.
Governo movimentou também muita policia."Este aparato policial é inadmissível. Temos direito à greve. Está tudo montado de maneira a tirar-nos o poder de resposta", disse a Público.pt José Luís, um motorista veterano com mais de 30 anos de carreira profissional.
"Este aparato policial é inadmissível. Temos direito à greve. Está tudo montado de maneira a tirar-nos o poder de resposta"
De acordo com os dados disponíveis, a primeira hora do dia de hoje apenas 434 postos de combustível (14,8% dos existentes a nível nacional) estavam indisponíveis. Em troca funcionavam com normalidade 2.098, 71,7%, enquanto que outras 395 estações estão parcialmente disponíveis.
A situação faz com que muitas pessoas estão a viajar a Galiza para se abastecerem de combustível.