Pessoas de mais de 65 anos são já 21,8% do censo

A imigração atenua a queda da população portuguesa

Em 2018 a população portuguesa decresceu em 14,4 mil habitantes a respeito do ano anterior. A queda não foi maior graças à entrada no país de novas pessoas imigrantes.

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photo_camera Marcha em favor dos direitos dos imigrantes

Portugal cada vez tem menos gente. Chegou a finais de 2018 com um censo de 10.267.617 habitantes, o que supõe 14,4 mil menos do que registava em 2017.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018 o número de mortes superou ao de nascimentos em 25.980. A taxa de decrescimento populacional (o eufemismo que utilizam as autoridades é o de crescimento negativo) vigora no país desde 2010.

Porém, nos últimos anos esse decrescimento tende a se atenuar graças a que o saldo migratório (a diferença entre pessoas que saem do país e que entram nele) está a ser positivo, até se situar em 11.570 indivíduos. Em 2018 Portugal recebeu 43.170 imigrantes, quase 6 mil entradas mais do que em 2017.

Quanto às previsões para o futuro, as notícias são sombrias. O INE prognostica que em apenas 14 anos, em 2033, Portugal cairá por debaixo do limiar dos dez milhões de habitantes. A queda, aparentemente imparável, poderia levar o país vizinho a ficar em 7,9 milhões de pessoas por volta de 2080.

O problema básico é que não há garantia de relevo geracional: o número médio de nascimentos por mulher em idade fértil está situado em 1,41, a grande distância dos 2,1 que seriam precisos para a população não decrescer. A estatística foi ainda pior em 2013, durante o período mais cru da crise, em que esse valor ficou situado em 1,21.

Cada dia menos população e cada dia mais velha. 21,8% do total já está por cima dos 65 anos e a idade mediana ficou situada em 45,2 anos, 2,1 mais que essa mesma cifra no conjunto da UE.

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