Opinión

Fragilidade estratégica

O evoluir da pandemia e as novas informações confirmam como a imprevisão do governo e do Ministério de Sanidade e Organismos superiores de vigilância e controlo da aparição de novos vírus foram na realidade responsáveis de que a contaminação se expandisse no jeito incontrolado que sofremos. Certo que o sentir geral era de que se tratava de um alarmismo, polo que nem se suspenderam atos públicos e incluso a Feira a celebrar naqueles dias em Barcelona só foi suspendida pola baixa das principais empresas estrangeiras que tinham inicialmente comprometida sua assistência. A cidadania não tínhamos informação nem conhecimentos para aperceber-nos do que se aproximava, mas tampouco receberíamos de bom grado que já no mês de fevereiro se houvessem tomado medidas de confinamento por parte do Governo nem tal vez se houvessem aprovado no Parlamento; sendo responsáveis os políticos, não são os únicos sejam do Governo ou da oposição.

O que não admite desculpas é que agora resulta que só um 5% da cidadania resultou infetada da COVID-19, dado este assombroso e inquietante já que nos indica que para um grado mínimo de infeções e contágios este país chamado Espanha não ficava preparado para afrontá-lo com uma mediana suficiência. Para uma incidência de 5% deveria contar-se com umas instalações, material, médicos e demais pessoal sanitário que assumissem e, polo menos, aguentassem o impacto inicial. A população ficava desabastecida de médios de proteção, tanto simples como mascaras e luvas, escasseava o álcool e desinfetantes; mais escandaloso ainda que também de esses elementos, assim como batas e vestimenta sanitária, impedissem que o pessoal sanitário de hospitais e Residências pudesse proteger-se adequadamente no exercício da sua profissão, mais perigoso na sua constante proximidade com os infetados. Os contágios foram baixos os primeiros dias, inda que pronto se incrementaram notoriamente, mas nem ante o futuro já previsto teve o Estado músculo para procurar todos os elementos necessários para uma proteção eficaz frente ao vírus. Enquanto nos jornais apareciam notícias de empresas que se reciclavam para confeccionar luvas, máscaras e batas, o governo, tarde e de arrastas, acudia ao mercando internacional para fazer-se com estes elementos, em muitas ocasiões defeituosos e por preços incrivelmente altos, as empresas radicadas no Estado exportavam excedentes desses produtos que não eram assumidos no programa de compras do governo. E enquanto as normas sanitárias totalmente contraditórias sobre a necessidade, obrigatoriedade ou voluntariedade do uso de máscaras, agachando por detrás o problema real que era o desabastecimento e o contrabando.

Os sanitários topavam-se inermes frente à grande incidência de contágio da COVID-19 por imprevisão e abandono, os estabelecimentos sanitários públicos eram insuficientes para acolher os infetados necessitados de atenção sanitária, escasseavam camas nas UCI e faltavam respiradores, especialmente neste último caso porque também faltavam profissionais especialistas que os utilizassem adequadamente. A Sanidade pública ficou desbordada porque nos anos anteriores, governos de qualquer color (na Galiza do PP) dedicaram-se a desmantelar a sanidade pública em benefício da privada, a reduzir camas hospitalárias, médicos, centros de atenção e pessoal sanitário.

Também ignota a investigação porque os melhores estudantes, os melhores investigadores, tiveram que emigrar ante a total desatenção por parte dos poderes públicos no país, por falta de ofertas laborais e incluso por falta de laboratórios adequados. Por isso vemos investigadores espanhóis trabalhando para laboratórios estrangeiros.

E todos mentem. O senhor Feijoo, sem nenhum rubor, manifesta que a sanidade pública galega tem o mesmo número de camas e sanitários que em 2008 (que já seriam poucas) e o inefável Esteban Glez. Pons, no programa de Évole nega que se houverem reduzido vacantes de médicos e sanitários e perguntado porque estes coletivos se manifestavam, contestou desconhecer a existência dessas manifestações.

O triste é que o senhor Feijoo insiste no mesmo caminho da privatização da sanidade pública e das Residências de anciãos. Se quererdes isso, votádeo.

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