Opinión

E Feijoo calado

[Nemésio Barxa] 

No ano 1700 um francês de apelido Borbón entrou a sangre e fogo em Espanha proclamando-se rei com o nome de Felipe V e apenas sete anos mais tarde promulgava os Decretos de Nova Planta que uniformizavam a organização político-territorial, ao exemplo francês, de um país diverso, vário e desigual, proibindo seus costumes, idiossincrasias e jeito de vida particulares. Foi outra Borbón, consorte, a que promulgou, por R.D. de 30.11.1833, a que, com escassas modificações, segue a ser a divisão territorial do Reino que disgrega qualquer comunidade identitária. Algo parecia remediar a C.E. de 1978 ao manifestar que “Todas estas entidades (município, província e CC.AA.) gozam de autonomia para a gestão de seus respetivos interesses”. Pois bem, em tempos de outro Borbón, também Felipe, seu primeiro ministro nega ás CC.AA. a autonomia que lhe concede a CE para gestionar seus interesses, sanitários no presente caso, fragmentando de novo as províncias e assumindo o mando único, desconhecendo que na Galiza, p.ex. Monforte e Chantada tenhem mais relação comercial com Ourense que com Lugo ou que a localidade dos Peares se divide entre duas províncias e três Concelhos ou a interrelação de todo o rural e no laboral.

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