Opinión

Desconforme

[Nemésio Barxa]

Finaliza o Ano Carvalho Calero e começa o Ano Xela Arias. RAG dixit. Prefiro não criticar, mas sim pretendo deixar a minha desconformidade. Carvalho Calero, tanto no plano pessoal como no intelectual, é das pessoas mais importantes no universo intelectual galego, comparável com o meu admirado dom Ramon, e resulta inqualificável que tiveram que passar 30 anos depois da sua morte para que se lhe adique um Ano das Letras: só cabe pensar que os membros da RAG desconheciam a sua valia ou que lhe tinham xenrerira. Rejeito plenamente a suspeita de que escolherem este ano porque os dignos académicos intuíam a chegada do vírus e que os faustos se veriam desluzidos. Foi casualidade.

Mas transcorrido o ano sem relevo na difusão por mor do andaço, mostro a minha desconformidade com que se adique o próximo ano a outra escritora quando poderia prorrogar-se para compensar a insignificância da homenagem a dom Ricardo em 2020. Dupla desconformidade porque também considero inadequado e discriminatório que a Xela Arias, importante poeta renovadora, pessoal e feminista, se lhe adique precipitadamente um ano tão cheio de incertezas que reduzirá igualmente as celebrações que merece ela e o povo galego.

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