Um pastor evangélico, novo prefeito do Rio de Janeiro

Marcelo Crivella tem-se manifestado a favor do 'dever de submissao' da mulher e cualificou como "conduta maligna" a homossexualidade.

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A começos de outubro a direita ganhava a prefeitura de São Paulo, a cidade com mais população do Brasil e até o momento governada pelo PT, com um candidato milionário que criticava a política. E o mês acaba com uma nova vitória da direita, desta vez da mão de um destacado membro da hierarquia da evangelista Igreja Universal, no emblemático Rio de Janeiro. Marcelo Crivella atingiu o 59,35% dos votos frente ao candidato da esquerda, Eduardo Freixo (Partido Socialismo e Liberdade), que ficou com um 40%. “Vitoria histórica” comentou Freixo quando a sua candidatura lograra passar à segunda volta. O jarro de água fria deste domingo pode esfriar a sua aposta en liderar a esquerda brasileira.

Crivella, de 59 anos, o que vai ser novo prefeito do Rio de Janeiro, não é um desconhecido. Sobrinho do fundador da Igreja universal do Reino de Deus, ele é pastor desta igreja e tem feito afirmações sobre o 'dever de submissão' da mulher ao homem ou falar da homossexualidade como “unha conduta maligna”. Se bem é engenheiro de profissão, fez-se mais conhecido como cantor de gospel (tem publicados 3 discos). Em 2002 foi eleito para o Senado e chegou ser ministro com Dilma Roussef.

Os bairros pobres, com Crivella

O evangelista venceu nas zonas norte de oeste da cidade, onde estão os bairros mais pobres, enquanto Freixo se impõe na zona sul, mais rica. Diversos meios destacam o papel jogado pelas igrejas evangélicas. Este culto está em expansão no Brasil: o número de adeptos medrou um 61% na década passada. No parlamento brasileiro há 80 deputados evangélicos, um 14% mais que na legislatura anterior. O seu discurso é 'privatizador no económico e profundamente regressivo no social.

Luis Leiría escreve en Esquerda.net, que o PSDB voltou a ser o grande vitorioso das eleições. Foi o partido que mais elegeu prefeitos no segundo turno: 14 das 19 prefeituras que disputava. Porem, mais uma vez o PSDB foi derrotado em Belo Horizonte. Opina, aliás, que o PT voltou a ser o grande derrotado: disputava sete prefeituras, perdeu-as todas.  O PSOL perdeu também as três prefeituras que disputava. 

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