As sondagens apontam a umas eleições locais em Portugal com virada para a esquerda

As sondagens apontam para uma forte queda nas eleições deste domingo do governante PSD (menos de 30% dos votos), um PS que se mantém e um aumento da CDU (coligação liderada pelo Partido Comunista) e Bloco de Esquerda. A campanha decorreu com os discursos a se centrar na situação socio-económica nacional mais do que no cenário local.

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Este domingo, Portugal tem um compromisso com as eleições autárquicas, em que elegerá 308 presidentes e vereadores de câmaras municipais. Um evento que decorre após recente visita da delegação da Troika para tomar o pulso do país, submetido a um "plano de ajuste", que disparou o desemprego e pôs no país luso a miséria e a pobreza.

Nas anteriores autárquicas de 2009, houve um quase empate entre o centro direita (PSD, por volta de 39% dos votos) e do centro progressista (PS, 38%). A CDU, coligação em torno do PCP, tivera o 10% e o Bloco de Esquerda um três por cento. Lisboa tinha ido para @ s socialistas e Porto para @ s social-democratas.

Mas nestes quatro anos Portugal tem vivido e sofrido, muito. O 'resgate' envolveu uma intervenção do país em que os duros cortes, o austericídio e a perda de soberania foram os pilares para empobrecer o país.

Inquéritos viram à esquerda

As recentes pesquisas parecem apontar nestas autárquicas a uma mudança, mas uma eleição local nem sempre servem para fazer análises e interpretações nacionais.

No trabalho de Eurosondagem, de 11 de setembro para 'Expresso', o Partido Socialista mantém o percentual de voto de há quatro anos, 38%, enquanto o PSD chumbaria, perdendo 13% dos votos e caindo até abaixo de 27% . A CDU subiria até quase roçar 13% dos votos, e o Bloco de Esquerda cresceria até 6,5%. O outro parceiro do governo português junto com o PSD, o CDS, ficaria em 6,5%.

Na pesquisa feita pela Aximage no início deste mês para "Correio da Manhã" e "Jornal de Negócios" os resultados foram muito parecidos com o da Eurosondagem.

Contra a decadência

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, afirmou em Guimarães, num comício da CDU, que o país precisa de uma outra política que ponha fim à recessão e ao declínio económico, à injustiça, ao empobrecimento e ao rumo de afundamento nacional. Argumentou que o voto na CDU “serve para dar mais força àqueles que recusam as políticas de confisco e saque que destroem a economia e o emprego e a vida do nosso povo”.

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, frisou esta quarta feira que domingo é o "momento de responder à chamada" e de derrotar “um Governo todo ele em decadência”. Só “o voto no Bloco de Esquerda é a resposta à crise, é a viragem à esquerda de que o país precisa”, adiantou a dirigente bloquista.

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