MOVEMENTO

Mais de 60.000 pessoas secundam a Jornada de Lutas por Reforma Agrária do MST

Os protestos generalizados em todo o Brasil pressionaram ao governo federal
Luta do MST pela reforma no campo
photo_camera Luta do MST pela reforma no campo

A recente Jornada de Lutas por Reforma Agrária do MST (Movemento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizou protestos em 20 estados, mobilizando durante a semana passada mais de 60 mil pessoas em todo o Brasil. Houve 105 bloqueios de rodovias, estradas, avenidas e ferrovias. Já foram ocupados 45 latifúndios, em nove estados, em abril. Os protestos realizados em todo o Brasil pelo MST pressionaram o governo federal, que solicitou o prazo de um mês para responder o conjunto da pauta e apresentar medidas urgentes para a retomada da reforma agrária.

“As medidas pontuais que o governo anunciou são importantes, mas insuficientes para atender o conjunto das famílias acampadas e assentadas, pois não apresentam novidade ao processo. As 186 mil familias acampadas não têm paciência para esperar mais dez anos pela concretização das demandas apresentadas”, disse Valdir Misnerovizsc, integrante da coordenação nacional do MST.

Com as mobilizações, o governo assegurou que o orçamento previsto para a obtenção de terras para a reforma agrária não sofrerá nenhum contigênciamento. O governo garantiu também o pagamento dos contratos para a assistência técnica das familias assentadas.

Para a educação no campo, o governo assumiu o compromisso de destinar recursos para estados e municípios da construção de novas escolas em assentamentos rurais, melhorar o transporte escolar e ampliar o orçamento para a compra de alimentos da pequena agricultura para a merenda escolar. No ponto da habitação, o governo confirmou que a linha de financiamento seguirá o exemplo do programa "Minha Casa, Minha Vida".

"Nós vamos seguir mobilizados até ter medidas concretas. Queremos ver os resultados. O governo paga todo mês o superávit primário para os bancos, gastando 500 bilhões ao ano para cumprir contratos que só beneficiam o capital internacional, mas com os Sem Terra prometem e prometem e muito pouco sai do papel", cobra o dirigente do MST.

O MST ainda aguarda um retorno do governo em relação ao pedido de audiência com a presidente Dilma.