EMPATE NA ESCOLHA DA MESA NACIONAL

A moção da atual direção do Bloco ganha a Convenção por só 8 votos

A Convenção do Bloco de Esquerda acabou em empate técnico. A dupla Catarina Martins e João Semedo ganhou a votação dos textos políticos,  mas houve empate na escolha da Mesa Nacional.

Bloco

A moção U – Moção Unitária em Construção, venceu, numa votação de braço no ar, a IX Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, com 266 votos, mais oito que a E – Bloco Plural, Fator de Viragem, que obteve 258 votos. Em terceiro lugar ficou a lista B – Refundar o Bloco na Luta Contra a Austeridade, com 34 votos, a R – Reiventar o Bloco, em quarto com 30 votos e a A – “Uma Resposta de Esquerda – Por um Bloco que Responda já aos Problemas das Pessoas”, em quinto, com 7 votos.

Na votação, em urna, das listas para a Mesa Nacional, houve um inédito empate entre as moções U e E, ambas com 259 votos. A lista B teve 51 votos e a R 32, havendo ainda 14 abstenções. Para a Comissão de Direitos, a lista E foi a mais votada, com 258 votos, seguida da U (252), da B (50) e da R (40), havendo 2 brancos, 1 nulo, e igualmente 14 abstenções.  

Composição da Mesa Nacional

A Mesa Nacional passa assim a ser composta por 34 eleitos da moção U, 34 eleitos da moção E, 7 da moção B, 4 da moção R. A Comissão de Direitos passa a ser composta por 3 eleitos da moção U, 3 da E e 1 da B.

Intervenção de encerramento

O primeiro subscritor da moção vencedora da IX Convenção do Bloco começou por chamar ao palco todos os membros dos órgãos dirigentes, acabados de eleger por parte das várias listas que se candidataram. João Semedo quis deixar um convite para que a nova direção saiba começar “um novo ciclo político” no partido. “A nova direção do Bloco não tem que enterrar diferenças porque respeita as opiniões. Mas que não fique nenhuma dúvida, deve certamente encerrar a disputa interna que nos trouxe até aqui”, afirmou Semedo.

A intervenção de Semedo sublinhou os grandes temas de debate na Convenção e as ideias fortes de todas as moções em disputa, reunidas pelo “objetivo comum” de “interromper as medidas de austeridade e reverter os danos que já causaram”. Para isso, defendeu Semedo, há que apostar na recuperação da mobilização social que se oponha “ao poder europeu que comanda o assalto”.

“É da recuperação da mobilização popular e dos movimentos sociais que sai a força da mudança real", diz João Semedo no encerramento da Convenção

“É da recuperação da mobilização popular e dos movimentos sociais que sai a força da mudança real. É onde temos perdido que é preciso passarmos a ganhar: a esquerda tem de levantar as forças da indignação, da gente que não aceita os vistos gold, as tramóias financeiras, a elite apodrecida”, prosseguiu Semedo. “Sabemos o que queremos - para romper com a austeridade é preciso reestruturar a dívida e recusar o tratado orçamental, em nome de direitos sociais que a Constituição consagra e, mais, da luta pelo salário e pela igualdade”.

Do outro lado desta luta estará “o coro soturno de Merkel e Hollande, Junker e Renzi, que nos explica gravemente que não há alternativa”, previu João Semedo, que deixou também avisos a um futuro Governo liderado pelo PS: “Que Costa saiba que, no primeiro dia do seu governo, e será mesmo no primeiro dia, em que nos venha dizer que não há dinheiro para criar emprego ou para baixar o IRS, nos levantaremos a dizer que há gente coerente neste mundo que não aceita pagar rendas, juros e regalias com o sacrifício do povo”.

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