Toalhas em alto! Reintegratas orgulhos@s desafían na rúa a ''cultura oficial''

O 25 de Maio dúzias de pessoas celebraram em Compostela o batizado como Dia do orgulho reintegrata ou Dia da Toalha. A leitura de um manifesto escrito por Teresa Moure, uma manifestação e um escracho ao Instituto da Língua Galega (ILG) foram o prólogo de uma festa que reivindicou o caráter internacional da nossa língua

photo_camera [Imaxe: flickr DdoOLeR]


Supormos que é natural a língua que posso gravar num trabalho de campo apanhando palavras aldeia por aldeia, ainda que esses fragmentos de discurso estejam abafados de espanholismos, e que, no entanto, é artificial adotar um ç, seria como dizer que só está vivo quem puder fotografar a sua casa natal

Não nos move a utilidade. Move-nos o amor. A nossa faca serve para rendermos tributo à história, para defendermos a visão particular do mundo que se deu elaborado desde o galego, para ameaçarmos a tranquilidade do poder

Num movimento tão masculinizado como o reintegracionista, não posso por menos de lembrar que [...] quando acreditarmos em algo, isso tem valor, mesmo se nos pode colocar numa situação pior da que tínhamos ao começo

E retratou-se, tal como se sentia: despida diante da cultura oficial [...] Ela sente o barulho da multidão de gentes insubmissas chegadas de toda a parte e berra: 'Toalhas em alto!!'


E assim, com as toalhas em alto para reivindicarem o seu orgulho reintegrata, o orgulho de terem saído do armario para tomar postura em defesa de uma norma ortográfica alheia à 'oficial', e seguindo o desejo de Teresa Moure proclamado no manifesto que escreveu para a ocasião, dúzias de pessoas celebraram este fim de semana em Compostela o DdoOLeR ou o que é o mesmo, o Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata ou Dia da Toalha.

Mas... que raio é isso? 

Segundo nos explica o seu impulsor, Suso Sanmartín, a comemoração deste dia remonta-se ao 25 de Maio do ano 2007 como homenagem a Douglas Adams, autor da Guia do Mochileiro das Galaxias. Morreu o 11 de Maio maio de 2001, mas @s fãs juntam-se duas semanas depois, o 25.

Levavam toalhas. Dizia Adams que "a toalha é um dos objetos mas úteis para um mochileiro interestelar devindo a seu valor prático" mas também e sobretudo, pelo "imenso valor psicológico" que tem este anaco de tecido pois "quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, camada de chuva, traje espacial". 

Dar ao reintegracionismo um tom festivo

"Quando descobri este fenômeno propus aproveitá-lo, pela projeção e a visibilidade internacional que tem", acrecenta Sanmartín. Na Galiza, o Dia da Toalha foi batizado como Dia do Orgulho Lusista e Reintegrata "para lhe dar ao lusismo, com uma fasquía séria e dramática, um tom mais festivo" e parodiando o Dia do orgulho LGBT "porque também nós saímos do armario". Cada ano a celebração está 'amadriñada'. O primeiro foi Carlos Quiroga. A última, Teresa Moure. 

"Propusemos-lho porque a sua saída do armario é muito recente e porque, ao vir ela de outras lutas minoritárias, achega pontos de vista muito originais por volta do reintegracionismo". Moure escreveu um manifesto literário por volta de quatro imagens. Leu-no o sábado, primeiro na praça da Imaculada (Azivecharia) e depois na Gentalha do Pichel, onde continuou a festa após a tradicional manifestação e um escracho perante o edifício do Instituto da Língua Galega (ILG) De cada um deles escolhemos um bocadiño, que colocámos ao início desta informação. Ninguém melhor que a madriña do evento para explicar por que, após seis anos de celebração, o 25 de Maio siga a ser um dia de orgulho para @s reintegratas.

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