Miguel Penas: "Apostamos em construir o galego desde a estratégia do tu ganhas, eu ganho"

Miguel Penas é historiador e desde este sábado novo presidente da Associaçom Galega da Língua (AGAL). Em Sermos Galiza quigemos falar com ele e debulhar polo miúdo os projetos desta desta nova etapa, que ele mesmo define como “de continuidade”.
Miguel Penas AGAL
photo_camera Miguel Penas, presidente da AGAL

Miguel Penas é historiador e desde este sábado novo presidente da Associaçom Galega da Língua (AGAL). Esta organizaçom, nascida há trinta anos, tem por objectivo fundamental conseguir a plena normalizaçom do galego-português na Galiza e a sua reintegraçom idiomática e cultural no mundo da lusofonia. Em Sermos Galiza quigemos falar com ele e debulhar polo miúdo os projetos desta nova etapa, que ele mesmo define como “de continuidade”. Com umha directiva na qual muitos nomes se repetem com referência à etapa anterior –entre eles Valentim Fagim, anterior presidente–, desde a AGAL pretendem achegar a sua focagem linguística a novas agrupaçons, envolverem as pessoas associadas no trabalho colectivo e continuarem com projectos como aPorto, que este verão ofereceu a sua segunda ediçom.

Como foi a assembleia do sábado? Partiam dumha candidatura de consenso...

Partíamos dumha candidatura única e de continuidade a respeito da etapa anterior. Desta sorte, o vice-presidente passou a assumir a presidência e vice-versa. Além disto, ficam muitas pessoas que constituíam a directiva na etapa anterior. A assembleia desenvolveu-se em família, continuando com a tendência das últimas assembleias da AGAL.

Que objectivos se marcam para esta nova etapa?

O objectivo principal consiste em continuarmos com o trabalho desta última etapa, focado num novo discurso que tenha a língua como centro e a lusofonia como focagem.

No seu programa sugerem envolver mais às pessoas associadas, como pensam fazer?

Agora temos por volta do 10% dos membros desenvolvendo um trabalho nalgum dos campos de acçom da associaçom. O nosso objectivo consiste em aumentarmos o tempo de convívio entre as pessoas associadas e criar novas áreas de trabalho como a juvenil ou a audiovisual. Porém, o principal para enredar às sócias e sócios é desenvolver um trabalho colectivo.

Falam de criar umha futura área juvenil, a que se referem?

Bom, a área juvenil é um projecto que levaremos adiante continuando com algumha das actividades que já se vinham desenvolvendo, como por exemplo na universidade. Queremos achegar a nossa focagem à gente nova, mas sem solapar o trabalho que já desenvolvem outras organizaçons neste âmbito. Neste sentido, procuramos completa-lo.

Botarom a andar as viagens aPorto, tenhem pensado ampliar o projeto nesta nova etapa?

aPorto surgiu com o objectivo de acrescentar as relaçons entre Galiza e Portugal. Foi umha ideia que contou com a colaboraçom da plataforma Andaime, e aguardamos seguir a desenvolver as jornadas e mesmo amplia-las se tenhem boa acolhida. O importante é cruzar a raia e conhecermo-nos!

O vindouro domingo haverá eleiçons. Como vem a realidade linguística galega após estes três anos de governo?

O balanço que fazemos desde a AGAL é negativo, algo que já mostramos ao longo deste tempo nas manifestaçons em prol da língua, como por exemplo a do 17 de maio. Para nós nom tem sentido que um governo empregue a língua para dividir, e desde esta perspectiva valoramos estes anos de governo como negativos.

Há quem di que as duas normativas que convivem no nosso país –RAG e AGAL– nom tenhem porque ser excludentes, qual é a vossa opiniom ao respeito?

Desde a AGAL, nos últimos anos nom centramos a discussom nas normativas, senom em como construir o galego. Quigemos seguir a estratégia do “tu ganhas, eu ganho”. Porém, respectamos todas as variantes, além das que mencionas. Nós temos a nossa aposta, mas recolhemos as demais opçons mesmo nas nossas publicaçons.

Existem tamém posiçons partidárias de assumirmos o Acordo Ortográfico do Português, em troca das duas normas mencionadas...

Quando o acordo foi referendado polos distintos estados –creio recordar em 2011, nós adaptamos as normas da AGAL, mas mantivemos as nossas particularidades. Defendemos que Galiza deve criar um padrom próprio, ao igual que qualquer outra língua, mas que convirjam com a lusofonia.

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