España ingresa na Comunidade de Países de Lingua Portuguesa un ano e medio despois de que a Xunta frease a candidatura galega

Até en 3 ocasións, e de modo “discreto”, tentouse que Galiza fose “Observador Asociado” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. En xaneiro de 2020 A Xunta a Xunta freaba a candidatura galega para entrar na Comunidade de Países de Lingua Portuguesa para, días despois, solicitar a entrada do Estado español na Comunidade da lusofonía

CPLP

A Conferencia de Xefes de Estado e de Goberno da Comunidade de Países de Lingua Portuguesa ( CPLP) aprobou o ingreso de España como Estado Observador Asociado na cimeira da organización realizada hai uns días en  Luanda, no ano en que a  CPLP celebra o seu 25 aniversario.

A candidatura de España foi presentada en 2020 mediante a remisión dos correspondentes Plans de Acción e de Promoción da Lingua Portuguesa, indican desde o Ministerio de Exteriores español. “Cabe apuntar o notábel impulso que a Comunidade Autónoma de Galiza deu á candidatura de España, e, de feito, tanto a " Academía  Galega dá  Lingua Portuguesa" e o "Consello da Cultura Galega" xa son "Observadores Consultivos" da  CPLP”, sinala.

O Ministerio cualifica como “foro privilexiado de cooperación, auténtica ponte entre continentes” e afirma que o Estado español “traballará para analizar e concretar os distintos ámbitos de colaboración. España considera que ofrecen un notable potencial: a promoción do idioma portugués no ámbito nacional e internacional, en particular a través dunha profundización da cooperación entre o Instituto Cervantes, o Instituto  Camões e o Instituto Internacional de Lingua Portuguesa; a loita contra a violencia de xénero, no marco da decidida aposta do noso país pola política exterior feminista; a colaboración económica e empresarial, sendo os países da  CPLP clave para a internacionalización das nosas empresas; a concertación político diplomática, cunha aposta firme por unha orde multilateral baseada en regras; e a contribución ao acceso universal á vacina como a mellor política para poñer freo á pandemia”.

A Xunta freou a candidatura galega para entrar na CPLP

En xaneiro de 2020 A Xunta anunciaba que frearía a súa candidatura para facer parte da Comunidade de Países de Lingua Portuguesa (CPLP), máximo órgano de concentración dos países lusófonos, e que incorpora tamén territorios que teñen o portugués como segunda lingua. Con esta decisión, bótase atrás unha iniciativa que fora proposta e acordada por unanimidade no Parlamento galego. 

Así o manifestara naquela altura o secretario xeral de Política Lingüística, Valentín García, durante unha comparecencia parlamentaria para dar conta da evolución da coñecida como Lei Valentín Paz Andrade. Segundo as súas explicacións, a medida tómase despois de que o Ministerio de Asuntos Exteriores manifestase o seu interese en que fose o Estado español, no seu conxunto, o que entrase na CPLP. 

Poucos días despois, a Xunta solicitaba a entrada do Estado español na Comunidade da lusofonía.

"A Galiza, A Espanha e a CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa"

No artigo ‘A Galiza, A Espanha e a CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa’, publicado en Nós Diario, Ângelo Cristóvão, Vicepresidente da Academia Galega da Língua Portuguesa e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, apunta que con este ingreso “o Ministério de Assuntos Exteriores, UE e Cooperação assumiu também a responsabilidade de responder às expectativas criadas, e equacionar esta oportunidade em termos de cooperação. Por isso é expectável, e de justiça, uma fórmula de integração e representação diplomática inteligente, que reconheça o papel da Galiza na CPLP, e permita desenvolver toda a sua potencialidade”.

O autor lembra quen vén de vello os traballos, compromisos e esforzos por lograr que Galiza estivese na CPLP. De feito, sinala, “as tentativas de aproximação galega se produziram já em datas prévias à fundação desta organização internacional, para o que foram decisivas as gestões do Embaixador José Aparecido de Oliveira. Ele enviou o projeto de estatutos da CPLP a José Luís Fontenla Rodrigues, presidente das Irmandades da Fala da Galiza e Portugal, em carta emitida pela Embaixada do Brasil em Lisboa, em 18 de maio de 1993”.

“Na mesma altura o presidente da Comunidade Autónoma, Manuel Fraga, do Partido Popular, promoveu uma tentativa de adesão, que ficou travada porque o projeto inicial de comunidade de povos mudou, em 1994, para comunidade de estados”.

“Posteriormente, o presidente socialista Emílio Pérez Touriño (2005-2009) retomou os contactos a vários níveis, também com a Secretaria Executiva da CPLP, que acolheu a ideia com expectativas de sucesso, mas não avançou. Foi a segunda tentativa”.

"Com o intuito de dar continuidade ao trabalho previamente realizado pelos seus predecessores, o atual presidente Alberto Núñez Feijoo favoreceu politicamente, no ano 2014, uma iniciativa legislativa popular que resultou na aprovação no Parlamento autónomo galego da Lei 1/2014 “Para o Aproveitamento da Língua Portuguesa e Vínculos com a Lusofonia”, por unanimidade da Câmara autonómica. Evidenciou-se, assim, um entendimento no âmbito da política, a cultura, a economia e a sociedade civil em prol da integração no espaço lusófono. Esta é uma mudança relevante. O que no início fora iniciativa e responsabilidade de um pequeno grupo de intelectuais, passou a ser a posição assumida pelas instituições públicas galegas", sinala Cristóvão,

“Com a força de um objetivo comum, partilhado pelo Governo e toda a oposição parlamentar, mais o apoio, no terreno, da Academia Galega da Língua Portuguesa, em qualidade de “observador consultivo” da CPLP, a Galiza tentou pela terceira vez, de forma discreta, criar as condições favoráveis para o sucesso da sua candidatura, levando as gestões tão longe e tão alto quanto foi possível, sempre com o conhecimento do Governo central de Madrid. A comunicação que recebemos , de que seria a Espanha quem iria apresentar a candidatura à categoria de “observador associado”, e não a Galiza, deixou em suspenso todo o trabalho previamente realizado, à espera de noticias”.

Comentarios