O Estado luso estará na rota da seda

Xi reafirma em Lisboa o carácter estratégico do relacionamento de China com Portugal

Beijing concebe Lisboa como um peão essencial no seu projeto de penetração na União Europeia. Esta terça feira, o presidente chinês Xi Jinping visitou o seu homólogo luso, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém. China tenciona  “aprofundar a parceria estratégia" com a UE e nessa perspectiva Portugal teria um importante papel a jogar, disse o líder da que em paridade de poder de compra já é a primeira potência económica do mundo.

 

Xi
photo_camera Um momento da cimeira

Portugal vai fazer parte da Rota da Seda através do porto marítimo de Sines, uma ponte "entre Ásia e Europa", segundo a expressão empregue pelo primeiro ministro luso, o socialista António Costa. 

O envolvimento de Portugal na Rota da Seda —que se vai veicular através da assinatura dum acordo de cooperação, e não de integração— vai ser, porém, mais abrangente do que o de Espanha.

Não é por acaso que Beijing considere Lisboa uma peça importante na sua política de expansão no continente europeu. De acordo com os últimos dados, Portugal concentra proporcionalmente o maior nível de investimento chinês no âmbito da União Europeia, a alcançar 5 por cento do PIB luso nos últimos cinco anos.

China não só porá dinheiro no porto de Sines, mais também investirá num programa conjunto com Portugal —50 milhões de euros cada um dos parceiros— para o lançamento de satélites low cost.

Após seu encontro desta terça feira com o presidente da República portuguesa, e numa breve comparecência perante os meios sem direito a perguntas, Xi Jinping voltou a defender o "multilateralismo e o comércio livre" como políticas que neste momento defrontam a China com os EUA de Trump.

Por parte lusa, Marcelo Rebelo de Sousa também se pôs do lado contrário ao proteccionismo, mas ao tempo enfatizou que seu país tem "instituições e aliados" distintos dos chineses.

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