Um Portugal em luta comemora o centenário de Álvaro Cunhal

A cem anos do nascimento do que foi secretário geral do PCP, o Comité central do partido decidiu pôr em andamento um programa de iniciativas baseadas na vida, pensamento e luta de Álvaro Cunhal, um exemplo que se projeta, dizem, "na atualidade e no futuro "
Álvaro Cunhal
photo_camera Álvaro Cunhal

Jerónimo de Sousa, Secretário-Geral do PCP, apresentou publicamente um conjunto de iniciativas que a organização política desenvolve com motivo do centerario de Álvaro Cunhal. Segundo De Sousa, "a atual situação do país" põe de atualidade"a contribuição e análise" deste militante e dirigente comunista.

"A apologia do empobrecimento", asseverava Jerónimo de Sousa em seu comparecimento de imprensa, "assente na ideia de que os portugueses vivem acima das suas possibilidades e das condições do país" traz de novo à pimeira linha a importância da luta desenvolvida por Cunhal, pois denunciou com rotundidade aquela "velha ideia da natural pobreza do país proclamada pela ditadura fascista e pelos beneficiários da política". Jerónimo de Sousa salientou que tais ideias não são senão "uma mistificação das classes dirigentes para encobrir a política de rapina exploração do povo em favor dos grandes grupos monopolistas".

A alternativa patriótica e de esquerda no pensamento de Álvaro Cunhal

Desde o PCP, querem comemorar o centenário de Álvaro Cunhal, para além disto pôr em relevo a importância e vigência de seu pensamento perante a política promovida pelo governo de coalizão e as consequências do Pacto de Agressão, assinado no ano passado com a Troika. "Uma realidade que confirma a atualidade da luta pela libertação do país do domínio monopolista", disse o secretário-geral do PCP, assegurando que a luta desenvolvida por Álvaro Cunhal salienta a necessidade de uma outra orientação política "para a atual etapa histórica, orientações traçadas em ruptura com a política de direita dos sucessivos governos" de Portugal.

Neste sentido, Jerónimo de Sousa salientou o papel protagonista na obra de Álvaro Cunhal que ocupou a busca da independência económica do país "para garantir a independência nacional", conforme disse, é preciso desenvover "uma política dirigida à defesa e valorização da produção nacional e do aparelho produtivo do país ", contra as consequências da adesão à Comunidade Económica Europeia, criticada naquela altura pelo próprio autor. "A vida deu-lhe razão", aseveraba De Sousa que afirmou "os impactos tornaram-se mais trágicos e perniciosos com a entrada do euro", fruto das condições em que esta se produziu, e com os posteriores desenvolvimentos de integração capitalista da União Europeia.

O PCP quer com esta homenagem valorar a vida e obra de Álvaro Cunhal e também destacar a sua contribuição teórica e estratégica para o partido em um momento em que a realidade sobarda mesmo as previsões do pensador e militante português.

Comentarios