Primeira vitória de Lula no Supremo brasileiro

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu atender o pedido da defesa do ex presidente, contrário à sua transferência da cadeia de Curitibia a um presídio de São Paulo. Lula vai continuar preso na sua cela de 15 metros quadrados enquanto não se resolvam as pesquisas sobre o juiz que o condenou, Sérgio Moro, agora ministro de Justiça do Governo Bolsonaro.
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photo_camera Lula, justo antes de ser preso em Curitibia

Luiz Inácio da Silva Lula foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, no quadro da operação judiciária Lava Jato. O líder histórico da esquerda brasileira, de 74 anos, acha que o seu foi um julgamento "político", que o juiz não foi capaz de apresentar nem uma soa prova e que Moro foi um peão numa estratégia de Washington que visava derrubar o governo do PT.

O ex sindicalista e fundador do Partido dos Trabalhadores leva preso desde abril de 2018 na penitenciária da Superintendência da Polícia Federal de Curitibia.

A defesa de Lula pedia a liberdade total do primeiro político de esquerda que presidiu o Brasil (2003-2011) e, no seu defeito, a sua passagem para uma Sala de Estado Maior, um encarceramento em condições para um ex presidente da República. 

O STF estimou parcialmente as petições, não concedeu a liberdade, mas si que congelou a transferência de Lula para o presídio de Tremembé enquanto não fique resolvido o recurso da sua defesa em relação à determinar se houve ou não atuação parcial do juiz Sérgio Moro contra o dirigente do PT.

Sobre Moro pairam não poucas suspeitas de animosidade contra Lula. O que não admite dúvidas é a sua filiação política conservadora, o que veio claramente à tona quando ele abandonou a carreira judiciária para assumir a pasta de Justiça no primeiro governo Bolsonaro.

Em todo caso, a decisão do STF —contrária à transferência a Tremembé decretada pola juiza Carolina Lebbos, a responsável da execução da sentença sobre Lula—é a primeira vitória do dirigente esquerdista nos tribunais, o que é visto com otimismo nas filas do PT, embora não signifique que Moro vá ser recusado por parcial, o que anularia a sentença contra o ex presidente.

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