Portugal rejeita as reformas com mobilização em frente à Assembleia da República

A CGTP convoca uma concentração perante a Câmara portuguesa com motivo da primeira votação do Orçamento de Estado sob o lema "Contra o saque do OE 2013".

Após conhecer o anteprojeto de lei que o governo de coalizão luso pretende aprovar para o próximo exercício económico, a CGTP convocou para esta quarta uma concentração em frente a Assembleia da República em que mostrou a rejeição do povo aos orçamentos de Estado. A ação está inserida na campanha para a greve geral convocada no próximo 14 de novembro e procura reagir perante as medidas aprovadas pelo governo que dizem, pretendem "pôr os trabalhadores a pão e água, à medida que continua a engordar os ricos e poderosos".

Coincidindo com a primeira votação do Orçamento, a CGTP quer denunciar as políticas anti-sociais que os recolhem, entre elas, uma subida do IRS que implica, dizem, "um saque de mais de 3,1 milhões de euros de salários e pensões", aliás , aumenta os impostos e taxas diversas sob os preços de bens e serviços de primeira necessidade como a electricidade, a água, gás, transportes...  e reduz as pensões e o subsídio de desemprego

"Os sacrifícios impostos aos portugueses foram inúteis"

De acordo com a central sindical, "os sacrifícios impostos aos portugueses" desde o início da crise econômica "foram inúteis" porque a dívida pública aumenta mais de dez pontos percentuais em 2012 e a taxa de desemprego aumentou de forma notável atingindo já um milhão quatrocentas mil pessoas . Neste sentido, a CGTP apresentou uma série de propostas destinadas a alterar as políticas económicas e orientadas a "combatermos o saque sobre os salários, pensões e reformas, e evitar o agravamento da recessão e aumento do desemprego".

"O sindicato exige que a máxima autoridade financeira da UE, o BCE, passe a emprestar diretamente aos Estados"

Para o efeito, o sindicato propôs quatro medidas fundamentais que permitiriam ao governo luso arrecadar 6 milhões de euros através da taxação em 0,25% das transações financeiras, o aumento progressivo da pressão fiscal sob aquelas empresas que têm um volume de negócios superior a 12, 5 milhões de euros, a criação de uma sobretaxa de 10% sobre os lucros obtivos pelos grandes acionistas e o desenvolvimento de uma luta real contra a evasão fiscal.

Ao mesmo tempo, o sindicato exige que a máxima autoridade financeira da UE, o BCE, passe a emprestar diretamente aos Estados pondo fim à especulação promovida pelas instituições financeiras privadas que recebem fundos públicos com uma taxa de referência do 0,75% e, em seguida, emprestam aos Estados com taxas de juro que em alguns casos chegam a 8%.

Sob o lema "Contra o saque do OE 2013", Portugal sairá mais uma vez à rua contra o empobrecimento e a exploração, por um Portugal com futuro.

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