PCP e Bloco pedem eleições antecipadas após a rotura do governo PSD-CDS

PCP e Bloco de Esquerdas exigem eleições antecipadas após a rotura do governo trás a demissão do ministro Paulo Portas. O primeiro ministro Passos Coelho não se demite nem aceita a demissão de Portas. 

A demissão do ministro de Assuntos Exteriores e líder dos democrata-cristãos que garantiam a maioria política na Assembleia da República pôs em situação crítica o governo de Passos Coelho, mais este negou em todo momento que vaia demitir e mesmo rejeitou aceitar a saída de Portas.  

O Partido Comunista Português convocou uma marcha sob o lema «Dissolução da Assembleia da República. Eleições Antecipadas» para esta quarta feira às 18:00 h em Lisboa e afirmou através do seu Secretário-Geral Jerónimo de Sousa que “não há saída democrática sem a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas. O povo português deve continuar a luta até à derrota final deste governo”, concluiu.

O PCP convoca para hoje em Lisboa uma marcha sob o lema "Dissolução da Assembleia da República. Eleições Antecipadas"

Assinala Jerónimo de Sousa que as demissões de Portas e também do ministro de Finanças Vítor Gaspar representam “o esboroamento definitivo de um governo e de uma maioria ilegítimos e à margem da lei e de um primeiro-ministro obcecadamente agarrado ao poder.” O PCP entende que não há “nenhuma outra saída digna e democrática que não seja a da imediata dissolução da Assembleia da República pelo Presidente da República e a convocação das eleições” e fala de “inaceitável espetáculo de degradação política e institucional, a ser cúmplice de um governo e uma política que estão a conduzir Portugal e os portugueses para o abismo”.

Fruto de luta e greve

O Bloco de Esquerda por meio de seu porta-voz, João Semedo, considerou que a rotura do governo é fruto da “luta dos portugueses contra as políticas de austeridade, recessão e desemprego” do executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas. A luta dos professores e a greve geral estariam na base da  debilitação do governo português, ao seu ver. “Esta luta continuará enquanto persistir a política de austeridade e enquanto houver governo de Pedro Passos Coelho”, assegurou o líder do Bloco de Esquerda. A demissão do ministro das Finanças responde, ao seu ver, à uma “pesadíssima derrota da política do Governo de Pedro Passos Coelho e da sua política de austeridade, de recessão e de desemprego", acentuou.

A CGTP chama a uma manifestação para o sábado para forçar a demissão do governo

Também o secretário geral da central sindical CGTP-IN, Arménio Carlos, defendeu que o governo não pode continuar diante do destino do país e solicita ao presidente da República que convoque de imediato eleições antecipadas. Pediu a volta para uma alternativa de esquerdas que desenvolva uma outra política em Portugal. Defendem assim que “a situação de desastre económico e social do país não se ultrapassa com a alteração de ministros, mas sim com uma mudança de política”. Para a CGTP-IN, o futuro do país obriga a uma rotura com a política de direita e o Memorando da troika e demanda uma política alternativa, de esquerda e soberana que conduza o país ao fortalecimento dos setores produtivos e a criação de emprego. A central sindical convocou uma manifestação sábado em Belém. “Este governo não tem sustentabilidade social para continuar a governar", disse o líder da CGTP, quem defendeu que o povo o tinha que “demitir pela força da luta".

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