Merkel chega a Portugal entre protestos

A chanceler alemã, Angela Merkel, chega a Portugal após a visita à Grécia no último mês de outubro. Sindicatos de classe, partidos políticos de esquerda e vários grupos e movimentos sociais preparam-lhe uma receção perante o que não consideram uma visita ao povo português, mas uma passagem para encontrar os membros e beneficiários do Pacto de Agressão.
Angela Merkel
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A sua chegada à Grécia o passado mês de outubro, virou em vários protestos principalmente na capital, Atenas. As pessoas que todos os dias sofrem as consequências das decisões tomadas sobre a supervisão permanente da chanceler, quiseram agasalhá-la com uma 'receção' que refletisse o mal-estar social fruto da política de austeridade que prega em seus discursos.

Após a sua viagem para a Grécia e dentro da agenda de encontros bilaterais que a levou a se reunir com membros do governo francês, brasileiro e até russo, Angela Merkel chegará esta segunda-feira à capital portuguesa. Durante as cinco horas que permanecerá no país, a chanceler alemã manterá uma reunião com o Presidente português, Anibal Cavaco Silva e também com o Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.

Porém, Merkel será recebida por milhares de pessoas nas ruas da capital que consideram a sua visita "uma afronta ao povo português, à sua dignidade e soberania", afirmou Ângelo Alves, membro da Comissão Política do PCP. Para ele, assim como para muit@s outr@s protugues@s, a sua chegada e, acima de tudo, os interesses, objetivos e oções que representa, constituem "alguns dos principais responsáveis pela crise social do nosso país", continua Alves, que com rotundidade afirma "A chanceler alemã só pode receber do povo protuguês o que merece: um coro de protesto e luta contra as políticas de austeridade". 


Panos pretos que digam 'NEM Merkel, NEM troika'
Diversas manifestações aguardaram a chegada da chanceler alemã. Neste sentido, a plataforma Que se lixe a troika!  -que protagonizou uma das maiores manifestações dos últimos tempos em Portugal - apela todo o país a protestar "nos locais de trabalho, nas escolas, nas ruas, nos estabelecimentos comerciais". Para isso fazem um apelo à cidadania a usar "braçadeiras negras ou panos pretos nas janelas das casas e nos carros. " Com esse símbolo, Que se lixe a troika! quer mostrar o "repúdio" d@s protugues@s à presença em Portugal da alemã.

Também a CGTP convoca manifestações em Lisboa, Braga, Porto e Faro, sob o tema 'NEM Merkel, NEM troika'. Na central sindical, asseguram que as mobilizações foram convocadas "em defesa da soberania e da independência nação", diz Armando Farias membro da comissão executiva da CGTP. Aliás, o Movimento sem emprego, uniu-se aos protestos do sindicato para enviar uma mensagem para Merkel: "quem deve aqui dinheiro é o banqueiro", assevera com clareza Ana Rajada, porta-voz do MSE que conclui "esta dívida não é nossa, o FMI fora Daqui ".

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