A luta contra a sobrecarga de trabalho em Citroën cruza o Minho: greve na factoria de Mangualde

Os trabalhadores da PSA Citroën em esta cidade da Beira Interior decidiram avançar com um pré-aviso de greve para todos os sábados até ao final do ano, contra a produção extraordinária implementada pela direcção. Empresa ameaça com fecho da fábrica e deslocalização.

photo_camera Factoría de Mangualde.

Os trabalhadores da PSA Citroën avançaram com um pré-aviso de greve para todos os sábados, a partir deste – 13 de julho – e até final do ano. Lutam contra a chamada produção extraordinária, “imposta pela direção”, pretendem negociar e aspiram ao fim bolsa de horas. Esta factoría absorbe excedentes de produção de Citroën de Vigo e exporta 90% dos vehículos que fabrica.

Em declarações à Lusa citadas polo portal Esquerda, Telmo Reis do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Norte (SITE-Centro Norte), da CGTP-Intersindical, afirmou: “Ultrapassou os limites do razoável e, neste momento, decidimos avançar com o pré-aviso de greve. Esta greve vai até à meia-noite do dia 31 de dezembro e é aplicada nos dias em que há produção extraordinária, que é o caso dos sábados, porque essas horas são cortadas nas bolsas de horas”.

Telmo Reis diz que direção da empresa “queria que os trabalhadores fizessem, numa semana de cinco dias, quatro com 10 horas de trabalho”, o que o sindicato considerou ser “um absurdo, já que em cinco dias vão ser feitas 48 horas”.

PSA ameaça com deslocalização

Segundo o Dinheiro Vivo, a administração da PSA Mangualde ameaça com encerramento da fábrica portuguesa e com deslocalização. “A aplicação dos objetivos contidos no pré-aviso de greve, colocaria em risco a viabilidade do centro, já que nenhuma fábrica automóvel pode sobreviver sem a flexibilidade para se adaptar ao mercado”, diz a administração.

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