O ex-guerrilheiro Francisco Guterres ‘Lu-Olo’, eleito presidente de Timor-Leste co apoio da Fretilin e CNRT

Francisco Guterres, popularmente conhecido como Lu-Olo (nome de guerra), é presidente da Fretilin e do Parlamento Nacional de Timor-Leste

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Francisco Guterres Lu-Olo, novo presidente eleito de Timor-Leste, tomará posse a 20 de maio de 2017. Em julho deste ano realizar-se-ão eleições legislativas. O parlamento timorense tem 65 parlamentares. Guterres Lu-Olo foi eleito presidente da República de Timor-Leste com mais de 58% dos votos. A percentagem de votantes nestas eleições deverá ser superior a 70%.

Francisco Guterres, popularmente conhecido como Lu-Olo (nome de guerra), é presidente da Fretilin e do Parlamento Nacional de Timor-Leste. Nasceu em setembro de 1954, é um ex-guerrilheiro e dos raros timorenses que permaneceram na guerrilha desde a invasão da Indonésia, em 7 de dezembro de 1975, até à saída dos ocupantes, em outubro de 1999. Concorreu pela terceira vez às eleições presidenciais de Timor-Leste, tendo perdido em 2007 e 2012.

Lu-Olo foi apoiado pelos dois maiores partidos de Timor-Leste, a Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) de Mari Alkatiri e o CNRT (Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste) de Xanana Gusmão. José Ramos-Horta, antigo Presidente de Timor-Leste, realçou o “consenso” entre Fretilin e CNRT, declarando à agência Lusa: "O país precisa disso. Não somos um país com décadas de existência, um Estado sólido e a estabilidade e a boa governação são essenciais acima de tudo".

António da Conceição, secretário-geral do Partido Democrático (PD), foi o segundo candidato mais votado nestas eleições presidenciais. De Conceição foi apoiado, segundo o Expresso, pelo Khunto - força ligada ao grupo de artes marciais Korka – e por militantes do Partido de Libertação do Povo (PLP), um novo partido que poderá vir a ser liderado pelo atual presidente da República, Taur Matan Ruak.

Taur Matan Ruak, que não se candidatou a um segundo mandato presidencial, entrou em choque com o atual governo de coligação entre a Fretilin e o CNRT (com a participação do PD e da Frente Mudança). O atual presidente acusa o governo de seguir um modelo de desenvolvimento contraproducente e tentou mesmo chumbar o orçamento de 2016, mas foi obrigado a promulgá-lo pelo apoio conjunto de Fretilin e CNRT.

O ex-presidente da República de Timor-Leste Ramos-Horta considerou, nas suas declarações à Lusa, que o resultado de António da Conceição foi surpreendente por ter "conseguido acima de 30%, e com pouco dinheiro" em "um combate entre David e dois Golias, a Fretilin e o CNRT".

Tirado de Esquerda.net

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