Ex-chefe do FMI para Irlanda diz que austeridade non serve e é causadora dum sofrimento humano sem fim.

Ashoka Mody, ex-chefe da missão do FMI para aquele país sostem que a arquitetura do resgate da Irlanda foi errada, e que “a experiência, claramente, se é que ela era necessária, demonstrou que confiar na austeridade é contraproducente

 

FMI fóra. Pintada en Dublin
photo_camera FMI fóra. Pintada en Dublin

A completa confiança na austeridade não foi uma atitude razoável, afirmou o ex-chefe da missão do FMI para a Irlanda, Ashoka Mody, em declarações reproduzidas pelo Irish Times.

“A escolha número um era responsabilizar os detentores de títulos e que eles contribuíssem com parte do custo da dívida soberana. Uma segunda escolha era oferecer financiamento oficial extremamente favorável. A terceira escolha era impor a austeridade”. Para o responsável, que já deixou o FMI, “estamos a ver um reconhecimento atrasado do facto de que a imposição unicamente da austeridade era insustentável”.

Numa entrevista ao programa “Morning Ireland”, da RTE, a TV pública irlandesa, Mody disse que a arquitetura do resgate da Irlanda foi errada, e que “a experiência, claramente, se é que ela era necessária, demonstrou que confiar na austeridade é contraproducente”.

“Cultura da dependencia nacional”

O ex-chefe do FMI para a Irlanda que o legado de dificuldades que a crise deixou tem de ser resolvido. “A alternativa é um sofrimento humano sem fim, uma cultura de dependência nacional e um tecido social e económico europeu desgastado”.

Ashoka Mody disse ainda que as consequências debilitantes provocadas pelos atrasos em reestruturar a dívida foram a incansável austeridade fiscal – uma tragédia silenciosa que não tem campeões.

Em maio de 2011, na sequência da sua segunda revisão, a troika projetou que o PNB da Irlanda iria crescer 1,9% em 2012. Em vez disso, o PNB cresceu 0,9%. O crescimento esperado para 2013 caiu de 2,2% para cerca de 1%.

Tirado de esquerda.net

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