Análise

Donbass, a guerra silenciada

O jornalista e colaborador de Sermos Galiza Bruno Carvalho deslocou-se até o Donbass, a zona em conflito ao Leste de Ucrânia. Lá recolheu em primeira pessoa a realidade latente nas ruas duma guerra inda latente. Eis un extracto da crónica publicada em Sermos Galiza 303.

[Imaxe: Bruno Carvalho]
photo_camera [Imaxe: Bruno Carvalho]

4São três da tarde na estrada que separa Rostov-sobre-o-Don, cidade russa no Norte do Cáucaso, e a capital da República Popular de Lugansk (RPL). O trânsito em ambos sentidos faz-se apenas por um dos lados da auto-estrada. No autocarro, Mitya Dezhnev explica que teve de fugir da sua terra para a Rússia. “Não devemos esquecer os que ficaram e que resistem contra o fascismo”, pede enquanto aponta para várias crateras no asfalto. São cicatrizes de uma guerra que dura há mais de quatro anos. “Queres ouvir uma canção que era muito popular no tempo da União Soviética?”, pergunta em inglês antes de começar num quase perfeito português a cantar o Avante, camarada!.

Foi em 2014, uma semana depois do massacre que vitimou cerca de meia centena de pessoas em Odessa, na Ucrânia, que as populações do leste do país se insurgiram contra o golpe de Estado patrocinado pela União Europeia e pelos Estados Unidos que depôs Viktor Yanukovich. O novo governo, imposto sem eleições, permitiu que grupos paramilitares fascistas dessem rédeas ao ódio anti-russo e anti-comunista. Sem qualquer protecção e ante a ofensiva fascista, milhares de mulheres e homens concentraram-se nas principais praças das localidades insurrectas e deram corpo à resistência.

[Podes ler a crónica íntegra no número 303 de Sermos Galiza, á venda na loxa e nos quiosques habituais]

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