Brasil: governo Temer perde força e risco de ser afastado aumenta

A Câmara dos Deputados do Brasil decidirá nas próximas semanas, se aceita ou não a denúncia contra o presidente Michel Temer. Governo ainda possui maioria, mas perde força e novas denúncias virão.

Michel Temer
photo_camera Michel Temer

Michel Temer foi denunciado pela Procuradoria Geral da República acusado de corrupção ao comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, preso desde o fim do ano passado. A denúncia foi feita após o empresário Joesley Batista ter delatado o presidente para a Procuradoria. Batista gravou uma conversa do presidente aonde releva os planos de corrupção.

Para a denúncia ser aceita no parlamento, são precisos 342 votos dos 513. Em entrevistas, Temer e seus assessores afirmam que o governo possui votos suficientes para impedir que a denúncia seja admitida, porém, o número de aliados está a diminuir a cada dia e possibilidade de a Câmara votar em massa contra o presidente aumenta.

A perda de apoio está relacionada a novos escândalos. O procurador Geral da República, Rodrigo Janot, prepara uma segunda denúncia contra o presidente. E outros três políticos ligados a Temer, presos pela Operação Lava Jato (que investiga corrupção no Brasil há três anos) podem fazer delações contra o presidente em troca de redução da pena, a chamada delação premiada.

São os possíveis delatores o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, ambos do PMDB de Temer, e o broker Lúcio Funaro, acusado pela Operação Lava Jato de ser o operador financeiro do esquema de corrupção do partido. Funaro já negocia os termos da delação, o advogado de Cunha já demonstrou interesse e Lima é conhecido no meio político por falar demais. Essas possíveis delações aumentam a instabilidade na política brasileira e parte dos deputados já fala numa eventual queda de Temer e a ascensão do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia do Partido Democratas.

Se a Câmara dos Deputados aceitar a denúncia o caso irá para o Supremo Tribunal Federal que também precisa admitir o pedido. São 11 juízes e bastam 6 para a denúncia ser aceita. Nesse caso, Temer seria afastado por 180 dias enquanto o Supremo julga o caso. 

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