Bolsonaro pensa como ministro de justiça no juiz que encarcerou Lula

Um Governo cheio de militares, com um super-ministro de Finanças ultra-liberal e talvez com o juiz Sérgio Moro, o homem que levou Lula à prisão, como ministro de justiça. Na composição dum gabinete desse teor é no que está a trabalhar o presidente eleito do país, Jair Bolsonaro. 

Brasília- DF 30-03-2017  Juiz Sergio Moro durante depoimento na  comissão de reforma do Código de Processo Penal.o Lula Marques/Agência PT
photo_camera Sérgio Moro

Sérgio Moro é o juiz da Operação Lava-Jato, o processo que resultou na detenção e posterior condenação do líder histórico do PT Inácio Lula Da Silva, o político que liderava as pesquisas de opinião e que finalmente foi impedido de competir pela presidência da República.

A reação de Moro perante a vitória de Bolsonaro foi a de parabenizar o dirigente ultra. “Encerradas as eleições, cabe congratular o Presidente eleito e desejar que faça um bom governo”, afirmou numa declaração. “São importantes, com diálogo e tolerância, reformas para recuperar a economia e a integridade da Administração Pública", acrescentou.

As reformas que projeta Bolsonaro são a instauração dum único tipo no imposto sobre a renda —na esteira do legado de Margaret Thatcher— e cortes nas pensões públicas, já planificadas pelo governo de Michel Temer e não materializadas pela oposição quer da rua quer do congresso.

A esposa de Moro foi muito além do seu companheiro e, nas suas redes, revelou-se como uma fan girl de Bolsonaro. Já na campanha pediu o voto para ele. Após o triunfo do filo-fascista, escreveu no seu Facebook “não ter medo da mudança” e acrescentou que o único medo que tem é que o Brasil continue “como está”, “corrupto e sem esperança”. 

Desde há semanas, o nome de Moro é indicado como uma das hipotéticas apostas de Bolsonaro para fazer parte do seu primeiro gabinete. Outra das opções que baralha a equipa de assessores do presidente eleito é que o juiz acusador de Lula não acabe no governo, mas sim aterre no Tribunal Supremo.

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