“A ideia surgiu na sequência do 'A Dívidadura'. Um dia o Francisco propôs: por que não fazemos uma banda desenhada, um livro de caráter mais leve, pode chegar a um público maior...”, explica a co-autora Mariana Mortágua. A vantagem da BD era dar um novo aspecto a estes assuntos que são sérios e em relação aos quais as pessoas têm alguma resistência.
O trabalho começou pela escrita do guião, e por levantar algumas ideias de como poderia ser ilustrado. “Sempre sabendo que depois seria o Nuno Saraiva que teria uma perspetiva mais prática do que poderiam ser essas ilustrações”. Recorda a economista. “Mas nalguns casos fazíamos algumas sugestões, como por exemplo, um polvo com muitas cabeças para representar o governo da Goldamn Sachs na Europa”.
“Condensar tudo em frases muito simples”
A escrita a pensar em banda desenhada é completamente diferente, afirma a economista. “A começar que tínhamos uma folha em word dividida em quadradinhos, nós sabíamos que aqui é o capítulo um, aqui o dois, para nos limitar, porque é preciso condensar tudo em frases muito simples, e ter espaço para bonecos, ilustrações, etc. É um processo completamente diferente de um livro, mais denso, com pesquisa e escrita. Neste caso, o que é preciso é pensar como se traduzem ideias complexas em duas ou três frases, como é que se faz isso não através de ideias abstratas mas por histórias, e fazê-lo já a pensar no que pode ser a ilustração”.
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