Venezuela, voto de paz e progresso

Documentos vazados e divulgados pelo WikiLeaks revelaram a obsessão dos EUA com os governos bolivarianos da Venezuela. Uma economia periférica e dependente da exportação de petróleo, que importa bens de equipamento, como maquinaria, manufaturas, material médico e serviços dos EUA, e na que a falta de diversificação e as flutuações nos preços internacionais do petróleo agravam suas crises econômicas. Sanções A Venezuela enfrenta sanções econômicas dos EUA e outros países, incluindo congelamento de contas, bens, proibição de transações, de viagens, e embargo de armas. As sanções às indústrias de petróleo, ouro e banca resultam em isolamento econômico e político, restringindo as relações diplomáticas e a cooperação internacional. A Venezuela ten sanções dos EUA e doutros países As sanções dificultam o acesso aos mercados financeiros, a reestruturação da dívida e a obtenção de novo financiamento para revitalizar a economia. Bloqueiam a recuperação de ativos congelados e proíbem a compra de petróleo venezuelano, reduzindo as exportações e impondo restrições comerciais. Supõem um uso do predomínio econômico que impacta desproporcionalmente a população civil, agravando a crise social e humanitária. Tudo isso para tentar mudar o governo venezuelano, responsabilizando-o pela falta de acesso a alimentos, medicamentos e ajuda humanitária, resultando em desnutrição, pobreza extrema, doenças evitáveis e milhares de mortes adicionais, consideradas genocídio e violando o direito internacional ao interferir na soberania da Venezuela. Os EUA apoiam grupos de oposição, tentam dividir o movimento bolivariano, promovem governos paralelos alegando fraude em processos eleitorais, boicotam alianças internacionais para isolar o governo venezuelano, bloqueiam a adesão da Venezuela ao Mercosul, hoje suspensa, fomentam tratados de livre comércio alternativos e realizam manobras militares para provocar uma reação exagerada e justificar uma possível intervenção armada ou golpista. A cobertura mediática internacional manipula informações, amplificando supostos fracassos do governo venezuelano e ignorando os desafios e bloqueios enfrentados pelo país. Desinformação e propaganda justificam ações punitivas e promovem uma imagem negativa da Venezuela. No entanto, vários países e entidades internacionais têm oferecido apoio à Venezuela de diversas maneiras, desde assistência humanitária até apoio diplomático e econômico. Conquistas e desafios Os principais êxitos do governo Chávez foram a redução da pobreza e desigualdade, a ampliação do acesso à educação, saúde gratuita para comunidades pobres e rurais, a construção de moradias acessíveis e reformas laborais que ampliaram os direitos dos trabalhadores. Maduro continuou os programas sociais de saúde, educação, habitação, proteção social e empoderamento das comunidades. A reforma agrária usou os recursos do petróleo para universalizar saúde e educação, reduzir a dependência externa, transformar as forças armadas e tentar implementar um modelo econômico endógeno, diminuindo a dependência do petróleo e do capitalismo financeiro. Nos últimos anos, a Venezuela enfrentou estagflação, combinação de recessão e hiperinflação, além de uma crise bancária e suspensão de pagamentos da dívida pública que continuou até 2024. Porém, o PIB voltou a crescer, a inflação moderou-se, o desemprego caiu, e houve aumento do salário mínimo e dos subsídios de transporte. No entanto, a economia venezuelana enfrenta desafios profundos, como hiperinflação, necessidade de reduzir a dependência do petróleo e diversificar para uma economia produtiva que contribua para o desenvolvimento econômico e social e detenha o declínio da produção agrícola e industrial, sanções internacionais que agravam a crise, escassez de bens e serviços, desvalorização da moeda e instabilidade econômica. Outros problemas incluem fuga de capitais, emigração em massa, deterioração das infraestruturas, desemprego elevado, informalidade, déficit fiscal e dívida externa, e corrupção política e funcional, como efeito não desejado do controle cambial e das políticas expropriadoras e nacionalizadoras impulsionadas por Chávez a partir de 2003 para evitar a fuga de capitais. A vitória de Maduro reforça o sonho de integração da América Latina e a esperança de enfrentar todos esses desafios, que, interconectados, criam um ciclo vicioso difícil de romper sem reformas substanciais e uma abordagem coordenada para restaurar a estabilidade econômica e política. E, por suposto, são difíceis de atingir sem o fim do bloqueio criminoso.