Em Óbidos, a 70 quilómetros de Lisboa

O FOLIO propõe utopia

Literatura, música, jornalismo, educação, palestras, concertos… O FOLIO, Festival Literário Internacional de Óbidos, transforma este ano a utopia em realidade através de inúmeras atividades. 

FOLIO

De 22 de setembro até ao dia 2 de outubro o FOLIO converte-se no maior festival literário de Portugal e um dos maiores da Europa. Onze dias de cultura que nos brindam a oportunidade de ouvir ao vivo essas grandes vozes da lusofonia e da literatura mundial, escritores, poetas, músicos e artistas, como José Eduardo Agualusa, Sérgio Godinho, Aline Frazão, Eucanaã Ferraz, Ana Paula Tavares, Mbate Pedro, Ana Luísa Amaral, Pierre Aderne, Andréa del Fuego, Djaimilia Pereira de Almeida, Hélder Macedo ou Luiz Ruffato. 

A Utopia ergue-se como tema central do FOLIO na presente edição, precisamente para assinalar os 500 anos da publicação da obra Utopia de Thomas More, lançada em 1516. Mas não fica apenas aí, porque são outras as efemérides que se apresentam em destaque na programação, como o centenário do nascimento do escritor português Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch, autor de As tentações de Santo Antão, e os 400 da morte dos autores mais que clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.

Diariamente o festival de Óbidos amanhece em Lisboa, mais em concreto na emblemática estação do Rossio e dentro de um comboio literário para gozar de recitais de poesia e leituras de textos. Após este trajeto, novidade deste ano, continua a viagem e os dias com inúmeras sessões espalhadas pelos espaços da vila, com feiras do livro de saldos, exposições, workshops, e até gastronomia que nos convida a devorar livros –literalmente-. 

Mais de 250 propostas culturais relacionadas com a literatura e à disposição de todas as pessoas que se acheguem

Com mais de 250 propostas culturais relacionadas com a literatura e à disposição de todas as pessoas que se acheguem, é tarefa árdua expor um resumo daquelas atividades mais relevantes. Na programação podemos encontrar um intenso trabalho mano-a-mano com autoras e autores de todo o mundo e que se condensa em 18 mesas redondas, onde é de especial destaque a presença de figuras internacionais como o prémio Nobel de Literatura, V.S. Naipaul, junto com o mexicano Juan Pablo Villalobos, o britânico Salman Rushdie, o islandês Jón Kalman Stefánsson ou a ilustradora alemã Jutta Bauer. 

Aliás, a programação do FOLIO também inclui outros capítulos que resultam interessantes e que convertem a vila literária de Óbidos num festival multidisciplinar. Um exemplo é o FOLIA, secção destinada a aulas de utopia e espetáculos criativos; o EDUCA, um festival centrado no mundo académico onde se combina educação e literatura; ILUSTRA, espaço dedicado à ilustração, tão ligado às palavras; e o FOLIO MAIS, secção criada com a vontade de manter conversas, discussões e reflexões sobre livros em diferentes espaços e livrarias que se encontram distribuídas pela vila literária. 

Eis o FOLIO 2016. Literatura e utopia amalgamando-se com a música, teatro, performance, cinema, tertúlias, educação, gastronomia e exposições. Mas o roteiro não acaba aqui, o próximo ano a vila portuguesa de Óbidos, distinguida como cidade criativa da literatura da UNESCO, será capital da literatura de viagens. 

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