Ondjaki, com o seu romance Os Transparentes, editado pela Caminho, é o ganhador da oitava edição do Prémio José Saramago, segundo foi anunciado nesta terça-feira na Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago. Sermos Galiza oferecerá no semanário que sai do prelo esta quinta feira um relato inédito do autor intitulado “Santiago de Compostela”, além do artigo do professor e escritor Carlos Quiroga “Minhafonia” em que narra um encontro com o autor angolano na capital galega. A livraria Ciranda anuncia uma próxima visita do escritor a Compostela.
A imprensa lusa recolhe que as primeiras palavras de Ondjaki foram para dizer: “Este prémio não é meu, este prémio é de Angola” e é o seu país o verdadeiro protagonista do romance que acaba de ser merecedor do relevante reconhecimento bianual.
“A língua portuguesa ganha o tom, liga todas as mensagens, renova-se sem concessões", diz o júri
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"O escritor angolano cumpre o que há muito se anunciava: a construção de um grande livro fiel a linhagens literárias mais antigas e que pode ler-se na travessia das linguagens de cada um", diz a ata do júri arredor de Os Transparentes, romance publicado em 2012. “A língua portuguesa ganha o tom, liga todas as mensagens, renova-se sem concessões e aparece fresca e milagrosa como as águas à solta do rés-do-chão do lugar central do romance", acrescenta ainda a ata do júri composto, entre outr@s, pela escritora brasileira Nélida Piñón, a angolana Ana Paula Tavares, a presidenta da Fundação José Saramago, Pilar del Río, e pelo poeta e escritor Vasco Graça Moura, bem como pela diretora editorial do Círculo de Leitores, Guilhermina Gomes.
Ondjaki é autor de romances, relatos, poesia, escrita para crianças, teatro, pintura ou documentários. O seu primeiro livro de poesia Actu sanguíneu valeu-lhe a Menção Honrosa do Prémio António Jacinto. Viriam depois o Prémio António Paulour pelo livro de contos E Se Amanhã o Medo, o Grande Prémio APE em 2007 por Os da minha Rua, o Prémio Jabuti por AvóDezanove e o Segredo do Soviético ou o recente Prémio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil por Tinha Bigodes.
