A histórica manifestaçom polo centro de Madrid

O passado dia 16 de março tivo lugar umha histórica manifestaçom polo centro de Madrid. Como bem assinalarom nessa mesma tarde moitos meios de comunicaçom de fora do estado, como a BBC ou o Washington Post, foi umha mobilizaçom multitudinária de dezenas de milheiros de pessoas (curiosamente, os seus homólogos espanhois, na sua maioria, optarom por silenciá-la ou destacar o seu suposto fracasso). Umha delegaçom de Isca!, como parte da representaçom galega visibilizada na faixa da Plataforma Galiza com Catalunya, manifestou-se onda o povo catalám. Fomos centos as pessoas que, bem desde os autobuses fretados na Galiza, bem desde as imediaçons da própia capital espanhola, somamos o nosso pequeno grao de areia à marcha em defesa do direito de autodeterminaçom, a liberdade das acusadas no juízo e os direitos democráticos em geral, cada vez mais postos em dúvida.

Em primero lugar, há que salientar o enorme compromisso dumha parte majoritária do povo catalám. Habia gente de diversas procedencias, ideologias e de todas as idades. O certo é que a reacçom antidemocrática do estado espanhol ao procés, particularmente a violência policial do 1-O e as desorbitadas petiçons de anos de cadeia posteriores, logrou aglutinar um gram bloco social a prol das liberdades mais essenciais. Neste senso, a sociedade catalá continua a tendência constante do último decenio, a raiz da impugnaçom do Estatut polo Tribunal Constitucional: hoje há mais independentistas que ontem, mas menos que amanhá.

Por outra parte, a solidariedade internacionalista dos pobos do estado acadou um nível nunca visto até esse momento. Se já foi histórico que quase 400 autobuses e 10 AVEs se enchessem de manifestantes desde o Principat de Catalunya, também foi impressionante o respaldo à convocatoria que se fixo desde o resto de povos do estado, com multitude de autobuses procedentes de fora de Catalunya. Seguindo a iniciativa catalá, o resto de povos da península ibérica unirom-se às suas reivindicaçons, particularmente Castilla, Andalucía e Galiza. Cada um povo decidiu por si mesmo de que forma participar, através de que médio de transporte e quando chegar à manifestaçom, sem nengum tipo de tutela nem autorizaçom externas. Isto é, logramos levar à práctica o conceito de autoorganizaçom dos povos.

Em terço lugar, a emoçom e a intensidade da manifestaçom. Algumhas vezes, queixamo-nos de que nas manifestaçons, sobre todo nas que se produzem com carácter anual em determinadas datas, há gente desencantada ou que nom transmite o alento reivindicativo que toda mobilizaçom precisa. Porém, neste caso foi totalmente à inversa: o espírito da marcha levou-nos a moitas pessoas a ter os pelos de punta. Assim, nom pararom de escutar-se consignas, como 1 d'octubre, ni oblit ni perdó ou llibertat, presos polítics. Especialmente emotivos forom os momentos justo à saida, quando no grupo de Galiza com Catalunya recebemos umha gram ovaçom por parte das manifestantes de Catalunha, e no Paseo do Prado, justo antes de Praça de Cibeles, quando milheiros de pessoas nos berravam Gràcies, Galícia: mesmo havia gente chorando da emoçom. A solidariedade entre povos que vivemos essa tarde foi de moitos quilates, algo difícil de esquecer.

Por último, mas nom por isso menos importante, centrarei-me num aspecto que, a priori, poderia bastante desapercebido: o que podemos concluir desta histórica marcha. Dirijo-me a ti, a quem está lendo estas linhas, possivelmente umha pessoa moça e galega. Se todo o que está a passar arredor do Procés che produce indiferença, lembro-che as verbas de Antonio Gramsci: viver implica tomar partido. O filósofo italiano odiava a gente indiferente porque permite, pola sua omissom, por ficar de braços cruzados, que a injustiça se imponha. Mais tarde, Martin Luther King diria que o único que precisa o mal para triunfar é que as boas pessoas nom fagam nada. Se sentes que a bandeira espanhola te representa, daquela é urgente que revisses os teus postulados: o rival do povo catalám que loita polo seu direito de autodeterminaçom é o mesmo rival que o teu. A mesma oligarquia que cerra fileiras em torno à Constitución (que, para moitos políticos públicos, semelha que está por riba do bem e do mal) é a culpável de que nom podas pagar a matrícula da universidade ou de que no trabalho che obriguem a estar semanas sem assinar o contrato ou a trabalhar horas extras sem cobrar. Mentres estejamos governadas pola Constituiçom Espanhola, elaborada por e para as elites, nom poderemos abolir os despejos nem acadar a justiça social. Por último, se já acreditavas na necessidade da independência para o nosso país, de seguro que todo o que está a passar está a refrendar as tuas ideias.

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